Topo

Cientistas criam 'pele inteligente' que sente pressão

30/04/2013 06h33

Uma equipe de cientistas dos Estados Unidos e da China criou um dispositivo semelhante a uma película que pode sentir pressão da mesma forma que a ponta de um dedo e que pode acelerar o desenvolvimento de uma pele artificial mais parecida com a humana.

Os pesquisadores construíram uma série de 8.000 transístores usando feixes de nanofios de óxido de zinco.

Cada um dos transístores pode, de forma independente, produzir um sinal eletrônico quando submetido à pressão mecânica. Os transístores sensíveis ao toque, chamados de taxels, têm uma sensibilidade comparável à da ponta de um dedo humano.

"Qualquer movimento, como o movimento dos braços ou dos dedos de um robô, pode ser traduzido para sinais de controle", afirmou Zhong Lin Wang, professor na Georgia Tech (Instituto de Tecnologia da Georgia), nos Estados Unidos.

"Isto pode tornar a película mais inteligente e mais parecida com a pele humana. Vai permitir que a película sinta a atividade em sua superfície", acrescentou.

Fenômeno diferente

Cientistas têm tentado imitar o tato humano medindo mudanças na resistência provocadas por toque mecânico.

Os dispositivos desenvolvidos pelos pesquisadores na Georgia Tech se baseiam em um fenômeno físico diferente, minúsculas mudanças na polarização quando materiais chamados piezoelétricos como o óxido de zinco são mudados de lugar ou colocados sob pressão.

A piezoeletricidade está relacionada essencialmente à corrente acumulada em certos materiais sólidos em resposta a estresse mecânico aplicado nestes materiais.

A técnica só funciona em materiais que têm propriedades piezoelétricas e semicondutoras. Estas propriedades são observadas em nanofios e em certas películas finas.

"Esta é, fundamentalmente, uma nova tecnologia que nos permite controlar os dispositivos eletrônicos diretamente usando agitação mecânica", afirmou Wang.

"Isto pode ser usado em uma grande variedade de áreas, incluindo robótica, interface entre humanos e computadores e outras áreas que envolvem deformação mecânica", acrescentou.

A pesquisa foi publicada na revista especializada Science.