Pessoas 'mentem sobre sexo para atender a estereótipos'
As pessoas mentem sobre o comportamento sexual para se adequarem a estereótipos, indica um estudo da Universidade de Ohio feito com estudantes universitários.
O estudo constatou que, em questionários sobre temas variados, os homens estavam facilmente dispostos a admitir que, por vezes, adotavam comportamentos tidos como mais apropriados a mulheres, como escrever poesia.
O mesmo era verdade para as mulheres, que não escondiam, por exemplo, que contavam piadas obscenas, faziam musculação, ou adotavam outros tipos de comportamento considerados "de macho".
Os entrevistados deram as respostas com ou sem o auxílio de um "detector de mentiras" - que na verdade estava desligado, sem que os entrevistados soubessem. No caso dos temas variados - como na pergunta se as mulheres faziam musculação - , quase não houve diferença nas respostas.
Mas quando se tratava de sexo, os homens pareciam querer ser vistos como "homens de verdade", do tipo que tem várias parceiras e muita experiência sexual. As mulheres, por sua vez, queriam ser vistas como tendo menos experiência sexual do que realmente tinham, para coincidir com o que se espera delas.
Os homens diziam ter mais parceiros sexuais quando não estavam ligados ao "detector de mentiras" do que quando estavam. As mulheres diziam ter menos parceiros quando não estavam ligados ao aparelho do que quando estavam. Um padrão semelhante foi constatado quando as perguntas eram sobre experiência sexual.
"Há algo especial sobre sexualidade que leva as pessoas a se preocupar mais em corresponder a estereótipos de seu gênero", disse a pesquisadora Terri Fisher, autora do estudo e professora de psicologia no campus de Mansfield, da Universidade Estadual de Ohio.
Estudo anterior
O resultado confirma o que Fisher encontrara em um estudo anterior, de 2003, com uma diferença importante.
Na pesquisa inicial, as mulheres declaravam ter menos parceiros sexuais do que os homens quando não estavam ligadas a um detector de mentiras e informavam ter o mesmo número de parceiros do que os homens quando ligadas ao detector de mentiras.
Em 2013, uma década depois, Fisher replicou o estudo, e teve como resultado mulheres informando mais parceiros sexuais do que os homens quando ligadas ao detector de mentiras.
"A sociedade mudou, mesmo nos últimos 10 anos, e uma variedade de pesquisadores descobriram que as diferenças entre homens e mulheres em algumas áreas do comportamento sexual essencialmente desapareceram", pondera ela.
A pesquisa, publicada no jornal científico Sex Roles, contou com 293 estudantes universitários com idades entre 18 e 25 anos.
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