Projeto salva "tartaruga gigante de Darwin" de extinção
Ameaçadas de extinção na segunda metada do século 20, as famosas tartarugas gigantes em Galápagos, citadas por Charles Darwin em seus estudos sobre a Teoria da Evolução, viram sua população crescer mais de 60 vezes em Española, uma das ilhas do arquipélago equatoriano.
É o resultado de um programa de reintrodução de animais nascidos em cativeiro iniciado há 40 anos.
Segundo um estudo publicado pela revista científica de zoologia "Plos One", a população das tartarugas em Española cresceu de apenas 15 para mais de mil nas últimas décadas.
Cientistas estimam que haja 11 sub-espécies remanescentes da tartaruga. O animal pode pesar até 250kg e vive mais de 100 anos.
Liberdade gradual
O crescimento populacional é uma boa notícia depois da preocupação causada em 2012 com a morte de "Lonesome George" (George Solitário), a última tartaruga gigante a habitar outra ilha, Pinta.
"Española é um raro exemplo de sucesso de um projeto conservacionista em que resgatamos uma animal à beira da extinção e agora ele está cuidando de si mesmo", comemora James Gibbs, da Faculdade de Ciências Ambientais e Florestais da State University of New York.
O programa de reintrodução das tartarugas em Española teve início em 1973. E, de acordo, com Gibbs e sua equipe, mais da metade dos animais libertados na ilha naquele ano não só sobreviveu e está contribuindo para o crescimento populacional.
Um cenário que não poderia contrastar mais com os anos 60, quando Española tinha apenas 12 fêmeas e três machos.
"As tartarugas eram tão raras que não conseguiam se encontrar. Muitas das fêmeas tinham fungos crescendo em suas costas, o que indicava que não acasalavam fazia muito tempo", explica Gibbs.
Estes animais foram levados naquela época para um santuário em outra ilha de Galápagos para se concentrar na reprodução.
Nas décadas seguintes, mas de 1.500 de seus descendentes foram recolocados em Española.
Competição alimentar
A operação, no entanto, esteve longe de ser simples. Embora não fossem predadores naturais, os bodes selvagens da ilha causavam desequilíbrio por se alimentar da vegetação, em especial dos cacti que eram a principal fonte nutricional das tartarugas.
"Os bodes eram vorazes o suficiente até para derrubar as plantas mais altas", conta Gibbs.
Um programa de erradicação foi necessário e em 1990 não havia mais bodes em Española.
Ainda assim, os mamíferos deixaram um legado indesejável: mudanças no perfil da vegetação que atrapalham o crescimento do cactus.
"Uma coisa é restaurar populações. Ecossistemas levam muito mais tempo".
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