As misteriosas montanhas flutuantes de gelo de Plutão que intrigam cientistas
No "coração" de Plutão, misteriosas colinas intrigam cientistas da Nasa (agência espacial americana).
No último dia 4, a agência divulgou imagens de montanhas flutuantes na superfície do planeta-anão, aparentes formações de gelo de quilômetros de extensão, suspensas sobre um oceano de nitrogênio congelado.
As imagens foram capturadas pela sonda New Horizons em sua missão histórica de 2015.
Para os pesquisadores da Nasa, trata-se de "outro exemplo da fascinante e abundante atividade geológica" de Plutão. A suspeita é que essas montanhas flutuantes misteriosas sejam fragmentos de água congelada que lembram os icebergs da Terra.
As colinas, localizadas na vasta planície de gelo batizada informalmente de Plano Sputnik, são como versões em miniatura das montanhas maiores e mais variadas da extremidade oeste dessa planície.
"Essas montanhas de água gelada flutuam em um mar de nitrogênio congelado e se movem da mesma forma como os blocos de gelo no oceano Ártico da Terra", informou a Nasa em nota.
Seriam como fragmentos de planaltos acidentados que se separaram e estão sendo levados pelos glaciares de nitrogênio até o Plano Sputnik.
Essas cadeias de colinas em movimento são formadas na trilha dos glaciares. Quando entram no terreno em formato de células da região central do Plano Sputnik, passam a ser influenciadas pelos movimentos convectivos (movimento ascendente ou descendente de matéria em um fluido) do nitrogênio congelado, e são empurradas para a extremidade das células.
Hipótese da origem
Essas formações podem flutuar porque o gelo de nitrogênio é bem mais denso do que o gelo de água.
Esses blocos congelados se juntam formando cadeias montanhosas de até 20 quilômetros de extensão.
Acredita-se que o Plano Sputnik tenha se formado após um grande impacto na superfície de Plutão, que foi preenchido com uma mistura de água congelada, nitrogênio e amoníaco.
Plutão surpreende cientistas a cada dia desde a revelação, após uma espera de nove anos, das imagens da New Horizons.
A geografia dinâmica e variada revelada pelas imagens está mudando a perspectiva sobre esse corpo celeste descoberto há 85 anos.
"Ficamos atordoados com o que vimos, e por toda a atividade nesses mundos (Plutão e suas luas). E ainda não temos ideia do que está acontecendo lá de fato", afirmou Nigel Henbest, astrônomo da Universidade de Leicester, na Inglaterra.
Os dados da New Horizons podem ajudar a esclarecer mecanismos da formação de planetas e até da origem de elementos que geram vida.
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