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O que é o imenso "buraco" que a Nasa encontrou no Sol e o que ele pode causar

Nasa
Imagem: Nasa

13/12/2016 08h57

Normalmente, as ocorrências termofísicas do Sol e suas consequências são de uma magnitude que intriga e confunde cientistas. E o que está acontecendo atualmente não tem sido diferente e tem desafiado a compreensão de especialistas.

Correntes de vento solar - partículas carregadas expulsas da atmosfera solar - que podem chegar a uma velocidade de 400 km por segundo, o equivalente a 1,5 milhão de km por hora, têm ocorrido em velocidades duas vezes maiores.

Isso se deve aos chamados buracos coronais - fenômeno astronômico que ocorre na coroa (envoltório luminoso) do sol de tempos em tempos - quando os ventos passam a ser muito mais intensos: sua velocidade pode atingir 800 km por segundo.

Foi justamente um buraco coronal que o Observatório de Dinâmica Solar da Agência Espacial Americana (Nasa) detectou há alguns dias.

Foi captado graças a uma luz ultravioleta particularmente intensa que o olho humano não pode ver. É preto e, na verdade, não é um buraco.

Tamanho 'substancial'

Segundo explicação da Nasa, esse fenômeno é causado por áreas abertas do campo magnético do Sol por onde são expulsas para o espaço as correntes de vento solar que se movem em alta velocidade.

Nas áreas da coroa do sol, a densidade e temperatura são menores do que na superfície solar.

O comprimento dos buracos é variável, mudando de uma semana para outra. Neste período, a emissão de correntes de vento solar se mantém constante.

Tendem a ocorrer com maior frequência em anos subsequentes ao momento em que ocorre o máximo solar - o período de maior atividade do Sol em seu ciclo, que normalmente dura 11 anos.

A dimensão destes fenômenos é considerável. Às vezes, eles podem ocupar um quarto da superfície do Sol.

Desta vez, a Nasa descreveu o buraco que acaba de descobrir como "substancial".

No ano passado, foi detectado um dos maiores que foram vistos em décadas. Ele foi localizado perto do polo sul e cobria aproximadamente 8% da superfície da estrela, o que representa bilhões de quilômetros quadrados.

O que pode acontecer?

Se espera que, nos próximos dias, as partículas solares que se desprenderam da imensa estrela comecem a chegar à Terra.

Quando as correntes chegam ao nosso planeta, as partículas atingem a magnetosfera terrestre e interagem com ela.

A magnetosfera é uma região em torno da Terra cujo campo magnético desvia a maior parte do vento solar formando um escudo protetor contra as partículas carregadas de alta energia vinda do Sol.

Segundo a Nasa, uma das consequências deste fenômeno é que ocorram auroras polares.

A interação das partículas solares com a Terra também pode afetar o funcionamento dos satélites espaciais que orbitam nosso planeta e as atividades que eles regulam.
Isso, porém, ocorre com pouca frequência.

A magnetosfera protege nosso planeta da maioria das partículas emitidas pelo Sol. Assim, para os habitantes do planeta, não há maiores riscos.