Ter menos filhos é ação mais eficaz contra aquecimento global, diz estudo
A questão do crescimento populacional já faz parte dos debates sobre impacto humano no meio ambiente e, na última semana, um estudo publicado por acadêmicos da Universidade Stanford (EUA) culpou humanos pelo que classificou como "aniquilação biológica" - a extinção em massa de bilhões de espécies por causa da superpopulação e do consumo.
Segundo Nicholas, não há um número "mágico" de filhos a ser tidos ou evitados para obter um melhor resultado ambiental. Para Wynes, que também falou à BBC Brasil, as características de desenvolvimento dos países deve ser levado em conta no cálculo.
No caso do Brasil, um país ainda em desenvolvimento, o consumo de carne e a quantidade de emissão per capita é muito inferior ao dos habitantes dos países altamente desenvolvidos. Por isso, as emissões são menores por pessoa e a diminuição no número de filhos não seria tão significativa.
"Nosso estudo se limitou a avaliar as grandes oportunidades de redução individual de emissões em países em que há as maiores taxas per capita desse tipo de poluição. Naturalmente, escolher ter famílias menores tem um impacto menor no Brasil.
Nos países mais prósperos, o consumo de carne é mais alto, e isso aumenta o gasto de água, a necessidade de pastagens e também a liberação de gases. Daí que ter um membro a menos na família em países como os Estados Unidos é relevante para o meio ambiente", diz Wynes.
Em conjunto com a redução do número de filhos, a adoção em massa de uma dieta baseada em vegetais é uma medida importante no combate ao aquecimento global, aponta Wynes.
"Queremos chamar a atenção para um fator que terá influência justamente sobre o futuro das próximas gerações, que herdarão o mundo. E não mostramos apenas a questão populacional, mas também o impacto de uma dieta vegetariana e de uma vida sem carro. Elas também têm impacto positivo", conclui Nicholas.
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