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Famosos "Pilares da criação" desaparecerão em 3 milhões de anos

Em 1995, o Telescópio Espacial Hubble, da Nasa, registrou imagens dos chamados "Pilares da Criação", na Nebulosa da Águia, ou M16 - Nasa/ESA/Hubble
Em 1995, o Telescópio Espacial Hubble, da Nasa, registrou imagens dos chamados "Pilares da Criação", na Nebulosa da Águia, ou M16 Imagem: Nasa/ESA/Hubble

30/04/2015 10h59

Os "Pilares da Criação", as nuvens gigantescas de gás e pó localizadas na Nebulosa da Águia, a cerca de 7.000 anos-luz da Terra, desaparecerão completamente em 3 milhões de anos, segundo a pesquisa de uma equipe internacional de astrônomos.

O trabalho, publicado na revista "Monthly Notices of the Royal Astronomical Society", é apoiado na primeira imagem tridimensional destas famosas colunas de pó cósmicas, que revela sua "iminente" destruição, segundo informou em comunicado o Observatório Europeu Austral (ESO, na sigla em inglês).

Com a ajuda do instrumento "MUSE" instalado no telescópio de grande tamanho (VLT, em inglês) do ESO no Chile, os astrônomos viram que os "Pilares da Criação" perdem a cada milhão de anos o equivalente a 70 vezes a massa solar.

Partindo de uma massa atual de 200 vezes a do sol, "espera-se que tenham uma vida útil de talvez 3 milhões de anos mais, - uma piscada de olhos em tempo cósmico", destacou o observatório.

A partir desta nova descoberta, os astrônomos sugerem voltar a batizar as famosas colunas cósmicas como os "Pilares da Destruição".

A nova ilustração tridimensional destes três famosos pilares revela novos detalhes sobre sua distribuição espacial, assim como provas da existência de duas estrelas em gestação nas colunas da esquerda e do centro e um inédito jato procedente de uma estrela jovem que até agora não tinha sido visto.

As colunas foram esculpidas com o tempo como consequência da potente radiação erosiva e dos ventos estelares que as brilhantes estrelas do cúmulo provocam após sua gestação, expulsando o material menos denso para longe de sua vizinhança.

Neste caso, os grupos mais densos de gás e poeira podem resistir a esta erosão funcionando como uma blindagem que cria "fileiras" escuras ou "trombas de elefante", e é aquilo que pode ser visto como o corpo escuro de um pilar que aponta para as brilhantes estrelas.

Os astrônomos esperam compreender melhor como as estrelas jovens de tipo O e B influem na formação de estrelas de gerações posteriores.

Vários estudos identificaram protoestrelas se formando nestas nuvens, por isso que podem continuar se chamando "Pilares da Criação", informou o ESO.

A imagem original dos famosos pilares, obtida pelo Telescópio Hubble, foi feita há duas décadas e se tornou imediatamente uma de suas imagens cósmicas mais reconhecidas.