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DNA neandertal ainda influencia na expressão do gene humano, diz estudo

23/02/2017 15h51

Washington, 23 fev (EFE).- O sequenciamento de DNA dos neandertais ainda têm influência na maneira em que os genes se ativam ou se desativam nos humanos modernos, revelou um estudo publicado nesta quinta-feira na revista especializada "Cell".

A nova pesquisa, dirigida pelo professor de genética da Universidade de Washington, em Seattle, Joshua Akey mostrou que os genes neandertais contribuem aos traços do ser humano, como altura, propensão à esquizofrenia e lúpus.

"Mesmo 50 mil anos depois do último acasalamento entre um humano e um neandertal, ainda podemos ver efeitos apreciáveis na expressão genética. E estas variações nos genes contribuem à variação humana fenotípica e à suscetibilidade à doença", afirmou Akey.

O estudo analisou as sequências do ácido ribonucleico (ARN) de pessoas que são portadoras de versões de genes neandertais e de humanos modernos, com uma versão por progenitor, e comparou a expressão de dois alelos em 52 tecidos diferentes. Em aproximadamente 25% de todos os testes, os pesquisadores detectaram uma diferença na expressão entre o alelo neandertal e o alelo humano moderno.

"A expressão dos alelos neandertais tendeu a ser especialmente baixa no cérebro e nos testículos, o que sugere que esses tecidos podem ter experiente uma evolução mais rápida desde que nos separamos dos neandertais. Talvez as maiores diferenças na regulação de genes existem nestas partes", explicou Akey.

Acredita-se que os primeiros neandertais apareceram na Euroasia há 350 mil ou 600 mil anos e se extinguiram há 28 mil anos.