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Stephen Hawking, uma mente veloz trancada em um corpo imobilizado

Guillermo Ximenis

Em Londres

14/03/2018 05h56

O físico britânico Stephen Hawking, morto nesta quarta-feira, aos 76 anos, contribuiu para esclarecer o enigma dos buracos negros e foi um dos divulgadores científicos mais famosos do século passado, apesar de uma paralisia progressiva que o marcou desde a juventude.

Os médicos lhe deram dois anos de vida quando tinha 21 por uma esclerose lateral amiotrófica (ELA) que minou sua capacidade para se mover e comunicar-se, mas Hawking superou esse limite, como a maioria dos que lhe foram apresentados.

Ocupou durante três décadas (1979-2009) a Cátedra Lucasiana de Matemática em Cambridge, a mesma que Isaac Newton, fez contribuições fundamentais para a cosmologia moderna e, além disso, soube traduzi-las para a linguagem popular através de livros como "Uma Breve História do Tempo", que teve milhões de exemplares vendidos.

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Hawking, que se casou duas vezes e teve três filhos, se refugiou na física teórica para escapar de um corpo que lhe aprisionava e, 11 anos depois da sentença para quase uma morte iminente, postulou um prognóstico científico que resultou mais exata que a de seus médicos: a existência da chamada radiação de Hawking.

O cosmólogo soube relacionar as equações da relatividade de Einstein com a mecânica quântica para identificar as únicas partículas que podem escapar do horizonte de eventos de um buraco negro, uma fronteira que mesmo a luz não pode atravessar e que até então era considerada intransitável.

A sua descoberta facilitou a detecção de buracos negros e propiciou, entre outros, o descobrimento de que no centro da nossa galáxia se oculta um deles (Sagitário A).

Hawking pediu fórmula dos buracos negros em sua lápide

AFP