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Maré vermelha já se estende por mais de 200 km pelo litoral da Flórida

Mais de 100 toneladas de animais mortos foram retiradas das praias da Flórida nas últimas semanas, devido ao fenômeno da Maré Vermelha -  JOE RAEDLE / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP
Mais de 100 toneladas de animais mortos foram retiradas das praias da Flórida nas últimas semanas, devido ao fenômeno da Maré Vermelha Imagem: JOE RAEDLE / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP

23/08/2018 11h49

A presença da "maré vermelha" no sudoeste da Flórida já se estende ao longo de 233 quilômetros do litoral com altos níveis de toxinas liberadas pela microalga que a origina, informaram nesta quinta-feira (23) autoridades locais.

No boletim divulgado mais recentemente, a Comissão para a Conservação da Pesca e da Fauna (FWC) afirmou que foi detectada uma "alta concentração" do micro-organismo Karenia brevis (causador da maré vermelha), de até mais de "um milhão de células por litro" nos condados de Manatee e no norte de Collier.

A "maré vermelha", como é conhecida a contaminação por este micro-organismo, foi observada também no litoral do condado de Pinellas, um pouco mais ao norte, pela terceira semana consecutiva.

O problema é que, como efeito da persistente e intensa ação da maré vermelha, milhares de peixes acabaram morrendo e começaram a aparecer sem vida nas praias desses condados após serem arrastados pela água.

As autoridades também foram informadas de casos de irritação respiratória em pessoas nos condados de Pinellas, Manatee, Sarasota, Lee e Collier, por efeito das toxinas liberadas pelos micro-organismos. Este é um dos sintomas mais frequentes experimentados pelos banhistas durante uma maré vermelha, também relacionada com coceira na garganta e tosse.

Em 13 de agosto, o governador da Flórida, Rick Scott, declarou estado de emergência em sete condados afetados pela "maré vermelha". A ordem de Scott permite que sejam destinados fundos significativos e recursos aos condados Collier, Lee, Charlotte, Sarasota, Manatee, Hillsborough e Pinellas, na costa sudoeste da Flórida e os afetados por um fenômeno que ocorre quase anualmente nestas costas do Golfo do México, mas nunca com a gravidade atual.

A FWC fez um chamado à população para que não retirem exemplares grandes mamíferos aquáticos mortos, como golfinhos e baleias, e pede que esses trabalhos sejam realizados por especialistas. Alguns deles apontam que a "maré vermelha" poderia persistir até o próximo inverno (hemisfério norte), quando as frentes frias procedentes do interior e o vento serão capazes de desfazer a formação destas microalgas.