Dormir o suficiente reduz o risco de doenças cardiovasculares, aponta estudo
Londres, 13 fev (EFE).- Dormir a quantidade de horas suficiente diminui o risco de sofrer doenças cardiovasculares, já que reduz a formação de placas de aterosclerose, revelou um estudo publicado nesta quarta-feira pela revista científica "Nature".
A pesquisa, realizada no Hospital Geral de Massachusetts, nos Estados Unidos, mostrou que o sono protege contra a acumulação de gordura nas artérias. Já a falta do sono aumenta a produção de glóbulos brancos, os principais contribuidores para que se formem essas placas.
Até então se sabia que um bom descanso é fundamental para termos uma saúde satisfatória, mas este estudo amplia o conhecimento sobre como a falta de sono aumenta o risco de sofrer afecções graves, inclusive doenças cardiovasculares.
Para investigar como o sono insuficiente - é preciso dormir entre sete e oito horas diárias - aumenta o tamponamento das artérias, a equipe de cientistas utilizou ratos geneticamente programados para desenvolver aterosclerose a repetidas interrupções do sono, similares a quando alguém acorda constantemente devido a barulhos ou dores.
Não houve mudanças no peso, nos níveis de colesterol nem na tolerância à glicose nestes ratos em comparação com os animais que puderam dormir normalmente, mas os privados de sono desenvolveram placas arteriais maiores.
Além disso, foi observado que os seus níveis de monócitos e neutrófilos, células inflamatórias que contribuem para a acumulação de aterosclerose nos vasos sanguíneos, eram mais elevados.
Outros experimentos mostraram que os ratos privados de sono tinham um aumento quase duplicado na produção da medula óssea de células-tronco que dão lugar a glóbulos brancos.
Filip Swirski, diretor do estudo, afirmou que também foi possível identificar um hormônio no cérebro que regula o estado de vigília, controla os processos na medula óssea e protege contra as doenças cardiovasculares.
"Agora precisamos estudar isto em humanos, explorar mecanismos adicionais mediante os quais o sono adequado mantenha a saúde vascular e explorar este novo eixo neuroimune recentemente identificado", afirmou. EFE
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