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Uruguai lança programa para controlar poluição do Rio Negro

11/03/2019 14h42

Montevidéu, 11 mar (EFE).- O Governo do Uruguai assinou nesta segunda-feira um decreto que lança um plano de três anos para tratar a poluição no Rio Negro, que cruza todo o país e que nasce no Brasil.

Assim anunciou o ministro interino de Habitação, Ordenamento Territorial e Meio Ambiente do Uruguai, Jorge Rucks, que explicou que o projeto consiste na aplicação de medidas para diminuir a poluição no curso de água.

"Quando o Rio Negro entra desde o Brasil, já vem com uma carga importante dada a situação de falta de saneamento que há em algumas cidades brasileiras; depois temos o problema das áreas de intensiva produção agropecuária", detalhou o político em uma conferência que aconteceu depois do Conselho de Ministros.

Além disso, Rucks afirmou que outro problema que afeta a qualidade da água são os açudes, que fazem com que o rio vá mais lento e aumenta sua temperatura, por isso que geram condições mais adequadas para a formações de algas.

"Finalmente, quando o Rio Negro praticamente está desembocando no Rio Uruguai - que divide o pequeno país austral com a Argentina - temos uma situação de uma área de muita intensidade na produção agropecuária que, novamente, gera situações de carga de nutrientes importantes", acrescentou o especialista.

No entanto, Rucks afirmou que este plano de três anos, elaborado em conjunto com o Ministério de Indústria e o de Pecuária, quer "atacar" as causas de poluição para tratar que "todas essas cargas de nutrientes não cheguem ao rio".

Medida que também implica educar os criadores de gado e agricultores. "A geração de zonas de proteção dos cursos de água" e a instalação de um equipamento técnico na represa de Rincón del Bonete (centro).

No que se refere ao Brasil, o especialista detalhou que o Uruguai já teve reuniões com o país vizinho e explicou que o governo brasileiro está trabalhando com "metodologias muito similares" às uruguaias para a prevenção de poluição no rio.

No entanto, Rucks afirmou que há cidades brasileiras que ainda não têm um "tratamento de saneamento" e estão jogando seus resíduos ao rio.

O ministro interino também foi perguntado pelos efeitos de poluição que poderia ter a implantação do segundo fábrica de celulose da empresa finlandesa UPM - que ainda está em período de negociação - na bacia do rio, diante da qual afirmou que se esta empresa será tratada como as outras indústrias que há na zona. EFE