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Homo luzonensis: Nova espécie de hominídeo é descoberta nas Filipinas

Arqueólogos apresentam ossos do Homo luzonensis - Noel Celis/AFP
Arqueólogos apresentam ossos do Homo luzonensis Imagem: Noel Celis/AFP

Da EFE, em Londres

12/04/2019 13h24

Fósseis achados em uma caverna das Filipinas sugerem a existência de um hominídeo que habitou a ilha de Luzón no final da era Pleistoceno, de acordo com um estudo divulgado na mais recente edição da revista "Nature".

A publicação científica britânica apresenta a descoberta de especialistas do Museu de História Natural de Paris, na França, de vários ossos de pés e mãos, um pedaço de fêmur e dentes pertencentes a antigos hominídeos na caverna de Callao, no norte do país. Esses fósseis fornecem evidências que apontam à existência de uma nova espécie de hominídeo, que viveu em Luzón há mais de 50 mil de anos.

Na mesma camada estratigráfica de Callao, os especialistas Florent Détroit, Armand Mijares, Philip Piper e um grupo de colegas do museu francês encontraram outros 12 ossos e dentes de pelo menos três indivíduos.

Segundo a equipe, as novas espécies apresentavam características como chamativos pré-molares, visivelmente diferentes dos achados em outros hominídeos, como o Homo floresiensis, das ilhas do sudeste asiático. Os autores batizaram a nova espécie como Homo luzonensis, segundo a "Nature".

A presença de outras espécies de hominídeo até então desconhecidas nessa região evidencia a importância da ilha na evolução do Homo.

As partes achadas são pequenas, em comparação com as dos humanos modernos, e sugerem que esses hominídeos mediam menos de 1,20 m de altura. O Homo luzonensis era provavelmente um pouco menor que o floresiensis, descoberto em 2004 e apelidado de "Hobbit".

Ambas as espécies viveram há 50 mil anos e foram contemporâneas do Homo Sapiens, dos neandertais e dos denisovanos.

Os cientistas acreditam que tanto os luzonensis quanto os floresiensis ficaram isolados em territórios limitados, o que provavelmente fez com que ficassem pequenos por causa dos poucos recursos.

Os dentes do novo hominídeo, em particular, representam um enigma para os pesquisadores, uma vez que misturam características que até agora tinham sido vistas em espécies diversas.

Uma das hipóteses é que as espécies recém-descobertas provenham do Homo erectus, um bípede que tinha saído da África e vivia no sudeste da Ásia antes do Homo luzonensis e do floresiensis.

Um dos ossos de pé encontrados, no entanto, aparece curvado, uma característica que facilitava a escalada e que a vincula, por outro lado, ao mais antigo Australopithecus.

Os cientistas planejam continuar escavando a caverna de Callao e, embora acreditem que o DNA não tenha sido conservado no clima úmido e quente da Ásia, esperam extrair proteínas dos ossos que permitam aprofundar os conhecimentos sobre os hominídeos.