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ESA aumentará monitoramento sobre alterações climática no planeta

13/05/2019 18h16

Gonzalo Sánchez.

Milão (Itália), 13 mai (EFE).- A saúde da Terra é cada vez mais enfraquecida por conta da mudança climática e, para apurar com maior precisão as alterações no planeta, a Agência Espacial Europeia (ESA) anunciou nesta segunda-feira o lançamento de novos satélites de observação durante o Planet Symposium, fórum realizado em Milão (Itália).

O evento, que acontece a cada três anos, reuniu desta vez cerca de 4,3 mil especialistas, cientistas e estudantes.

"Estamos diante de uma emergência climática que é muito bem vista com os satélites", reconheceu em entrevista à Agência Efe o diretor dos programas de Observação da Terra da ESA, Josef Aschbacher.

O cientista austríaco usou como exemplo a preocupante elevação do nível dos mares, já que, segundo as estimativas, se não houver medidas para atenuar os estragos ocorridos por conta da mudança climática, em 2100 as águas terão subido um metro, o que significa em risco para grande parte das áreas litorâneas do planeta.

Em Milão, onde o simpósio acontece até sexta-feira, os especialistas e cientistas estão de acordo: a Terra sofre, e a mudança climática é uma realidade, uma ameaça palpável, como mostraram os satélites que analisam o planeta.

Por exemplo, o Sentinel 5P constatou elevados níveis de dióxido de carbono nas regiões mais urbanizadas do centro e do norte da Europa, justamente onde há uma grande concentração do tráfego e de indústrias do continente.

Além disso, basta pensar no degelo das geleiras do mundo: entre 1961 e 2016, 9 trilhões de toneladas de gelo derreteram, sobretudo no Alasca, no manto de gelo da Groenlândia e no sul dos Andes, aumentando em 27 milímetros o nível do mar.

A ESA pretende continuar examinando o planeta a partir do espaço e, para isso, somará em 2020 o Sentinel 6 ao programa Copérnico, um projeto liderado pela Comissão Europeia para observar de forma contínua o planeta e que é considerado o mais ambicioso do mundo.

Além disso, hoje foi anunciado em Milão a colocação em órbita de outros três satélites: Em 2022, o "EarthCare" e o "Biomass" medirão o efeito estufa e o controle das florestas, respectivamente, e em 2023 o "Flex" será responsável poir quantificar e examinar a fotossíntese das plantas do planeta.

Em setembro, a ESA pretende colocar em órbita dois pequenos "Cubesat" com processadores de inteligência artificial, e nos primeiros meses do ano que vem será a vez do espanhol Seosat Ingenio, que enviará imagens em alta resolução.

De qualquer forma, Aschbacher lembrou que a ESA, como agência técnica, limita-se a observar a Terra. As decisões correspondem aos líderes políticos, que também devem incentivar uma mudança. EFE