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Na Áustria, arqueólogos encontram rosquinhas de cereal da Idade do Bronze

05/06/2019 18h03

Washington, 5 jun (EFE).- Um grupo de pesquisadores encontrou rosquinhas de cereais em um sítio arqueológico da Idade do Bronze no leste da Áustria, segundo artigo publicado nesta quarta-feira pela revista especializada "PLOS ONE".

Os historiadores acumularam amplo conhecimento sobre as práticas agrícolas e a dieta dos humanos ao longo de milhares de anos, mas pouco se conhece sobre a arte culinária das culturas antigas.

Uma equipe liderada por Andrea Heiss, do Instituto Arqueológico Austríaco, fez a descoberta no sítio arqueológico de Stillfried an der March, que fica a 45 quilômetros de Viena, perto da Eslováquia.

Os pesquisadores encontraram fragmentos queimados de três objetos com forma de anéis dentro de 100 poços que eles acreditam que funcionavam como silos para a conservação dos cereais.

Os locais teriam sido construídos entre 900 e 1.000 a.C.

"Os padeiros pré-históricos produziam muito mais que simples pães", disse Heiss.

A análise dos objetos confirmou que eles foram feitos de uma massa derivada de cevada e trigo. Os cientistas foram capazes de concluir que essa massa foi feita com farinha de moagem fina, a partir de uma mistura úmida de cereais que foi secada sem assar.

Esse é um processo que deve ter consumido mais tempo que a preparação de outros alimentos encontrados no local. Por isso, os autores do artigo sugerem que as rosquinhas de cereal não foram feitas para serem consumidas pela população local.

Segundo o artigo, as roscas são similares a tarallos, tradicional biscoito italiano, e foram descobertas junto de um grande número de pesos de argila para teares, com a mesma forma de anel.

As roscas de cereal foram feitas com tanto cuidado que os arqueólogos acreditam que elas foram usadas para algum ritual desconhecido.

Os pesquisadores destacaram que esse tipo de descoberta é difícil de ser feita e sugeriram que os arqueólogos prestem mais atenção em objetos similares, feitos a partir de plantas, que muitas vezes passam despercebidos. EFE