Especialistas divergem sobre quantidade máxima de cafeína que se pode ingerir
De acordo com o cardiologista e especialista em medicina do esporte Luciano Vacanti, pesquisas indicam que indivíduos saudáveis e que não possuem sensibilidade à cafeína devem consumir no máximo 400 mg da substância ao dia no caso dos homens (o equivalente a 6 mg por quilo) e 300 mg no caso das mulheres (4,6 mg por quilo). “Estas são as quantidades máximas diárias, lembrando que outros alimentos também têm cafeína”, esclarece o médico.
Vacanti também explica que, de acordo com estudos clínicos, doses de até 500 mg de cafeína (um pouco mais de 6 doses de café ou energéticos) não são suficientes para afetar a frequência e nem a gravidade das arritmias. Contudo, esse limite varia muito dependendo da predisposição a problemas cardíacos e da sensibilidade à cafeína de cada indivíduo.
Já a nutricionista Patricia Rebelo e o médico Anthony Wong, chefe do Centro de Atendimento Toxicológico (Ceatox) do Hospital das Clínicas (SP) são mais rígidos em relação às quantidades. Segundo ela, o limite de cafeína por pessoa é de 2,5 a 4 mg por quilo. Para Wong, o nível de intoxicação é de 2,5 mg por quilo; “acima disso já se torna tóxico para o organismo”.
Patricia completa dizendo que estudos já relacionam a ingestão de mais de 600 mg a sintomas como taquicardia, dores de cabeça e de estômago, insônia, perda de apetite, náuseas, entre outros problemas.
Como a substância age
A cafeína possui mecanismos que podem levar a alterações metabólicas e fisiológicas, segundo Vacanti. No entanto, seus efeitos ainda são controversos. Muitos dos experimentos foram realizados em laboratórios e em animais, com doses que seriam muito altas e perigosas para os seres humanos. Nestas condições, ela contribuiria para a elevação do catabolismo de lipídios nos músculos em atividade, ou seja, aumentaria a "queima de gorduras" e também a força da contração muscular.
Quanto ao cérebro, a cafeína pode potencializar o estado de alerta e a atenção, devido à função estimulante do sistema nervoso central. A cafeína bloqueia os receptores de adenosina (cuja ligação aos receptores cérebro causa sonolência e dilatação dos vasos sanguíneos) presentes no tecido nervoso, particularmente no cérebro, mantendo o estado de excitação. Através desse mecanismo, a cafeína melhoraria a capacidade de esforço físico e mental, antes do aparecimento da fadiga. É importante ressaltar que todos esses efeitos dependem da sensibilidade e da resposta individual.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.