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O que são estrelas cadentes e de onde elas vêm?

Estrela cadente cruza os céus - Bill Ingalls/ Nasa
Estrela cadente cruza os céus Imagem: Bill Ingalls/ Nasa

De Tilt, em São Paulo

21/10/2022 04h00

Assim como orcas não são baleias e tomates não são legumes, estrelas cadentes não são estrelas. São rastros luminosos formados por meteoroides ao entrar na atmosfera da Terra.

Meteoroides são pequenos pedaços de material sólido que vagam pelo espaço entre os planetas do Sistema Solar. A maior parte deles vêm dos cometas que orbitam o Sol. Ao passar perto da estrela, o calor faz com que algumas partes se desprendam do cometa e continuem circulando em sua órbita, viajando ao redor do Sol.

De vez em quando, a órbita da Terra cruza com um destes pequenos pedaços de material espacial. Eles entram na atmosfera do nosso planeta a uma velocidade de até 250 mil km/h. O contato com os gases atmosféricos faz com que queimem por atrito, e é isso que produz os traços luminosos das "estrelas" cadentes.

A maioria dos meteoroides se desintegra em poucos segundos, entre 90 e 130 quilômetros de altitude. Como consequência, o rastro luminoso também dura pouco tempo. Chuvas de meteoros acontecem o tempo inteiro, mas são mais visíveis nas noites escuras - entre as fases minguante e crescente da Lua.

Como o movimento da Terra é bem determinado e as órbitas dos cometas são conhecidas, é possível prever chuvas de meteoros com antecedência. Há ainda meteoroides maiores, que surgem da colisão de asteroides e encontram a Terra em seu caminho. Esses meteoros são mais visíveis nos céus do que os traços fugazes das estrelas cadentes.

Meteoritos

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O meteorito de Murchison, que caiu na Terra em 1969
Imagem: James St John

Quando o meteoroide atravessa a atmosfera e cai na superfície terrestre sem ser totalmente desintegrado no ar, ele passa a ser chamado de meteorito. Apesar de alguns provocarem crateras imensas e grande destruição, os meteoritos são úteis para identificar a origem e as características de rochas espaciais.

Os cientistas os classificam em três categorias, de acordo com a composição química: metálicos, ferro pétreos e rochosos.

Os metálicos são constituídos de uma liga de ferro (90 a 95%) e níquel (5 a 10%). Eles costumam ter a superfície lisa e arredondada, por causa da fricção com o ar, do aquecimento e da fusão do metal no momento em que entram na atmosfera. Também apresentam depressões, que parecem ter sido modeladas com os dedos. São fortemente atraídos por ímãs.

Os ferro pétreos são compostos de silicatos - porque são ricos em silício e oxigênio - e uma mistura de ferro e níquel. São mais raros e parecem rochas comuns - só que dentro deles, há cristais escuros e arredondados feitos a partir de minerais.

Já os rochosos são os mais parecidos com as rochas terrestres - tanto do lado de fora quanto de dentro. Pesquisas indicam que são os materiais mais antigos do Sistema Solar - existem há 4,6 bilhões de anos.

Fonte: Enos Picazzio, professor no Departamento de Astronomia do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP