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Partícula de luz é teletransportada por 25 quilômetros

Cristais que contêm informação fotônica após o teletransporte - GAP/Universidade de Genebra
Cristais que contêm informação fotônica após o teletransporte Imagem: GAP/Universidade de Genebra

Do UOL, em São Paulo

23/09/2014 13h58

Físicos da Universidade de Genebra, na Suíça, conseguiram o feito de teletransportar o estado quântico de um fóton para um cristal ao longo de 25 km de fibra ótica, de acordo com estudo publicado no periódico "Nature Photonics".

O teletransporte quântico é o movimento de bits de dados de um lugar para o outro instantaneamente devido a um fenômeno chamado emaranhado quântico, que é quando duas partículas ligadas trabalham como gêmeas mesmo ao serem separadas, o que faz com que as informações de uma sejam compartilhadas com a outra sem a necessidade do toque.

No estudo, os pesquisadores usaram dois fótons emaranhados e enviaram um deles, via fibra ótica, por 25 quilômetros, enquanto o outro foi enviado a um cristal, que armazenou as informações. Um terceiro fóton foi então enviado como uma bola de bilhar, para colidir com o primeiro fóton, apagando os dados que ele continha.

Os físicos notaram, porém, que os dados do terceiro fóton não eram destruídos, e sim transferidos para o cristal que tinham as informações do segundo fóton emaranhado.

Segundo Félix Bussières, autor da publicação, a conclusão foi que o estado quântico dos dois elementos de luz (os dois fótons emaranhados como gêmeos siameses) forma um canal que permite o teletransporte. As experiências concluíram que o estado quântico de fótons pode ser mantido enquanto são transportados para um cristal sem que os dois precisem entrar em contato.

Tantas palavras específicas podem deixar a experiência distante do nosso cotidiano, mas o teletransporte pode mudar por completo a maneira como carregamos e transmitimos dados em sistemas de comunicação. Mas ainda é preciso aguardar mais avanços científicos para que ações desse tipo sejam concretizadas.

O experimento foi realizado no laboratório do professor Nicolas Gisin e bateu o recorde anterior de estudos sobre teletransporte, que era de um deslocamento de seis quilômetros, feito há dez anos pela mesma equipe.

Este é mais um passo para que cientistas possam pensar se o teletransporte físico tem chances de acontecer.