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Água líquida aumenta as chances de encontrarmos vida em Marte

Mirthyani Bezerra

Do UOL, em São Paulo

29/09/2015 06h00

Os primeiros vestígios de vida na Terra datam de 3,5 bilhões de anos atrás. E os microrganismos primitivos teriam surgido dentro do mar, por isso, ter encontrado água em estado líquido em solo marciano é um forte indício de que pode sim haver vida no planeta vermelho. A busca por vida fora da Terra se baseia ainda muito em como a vida surgiu por aqui.

Onde há água, em geral, há vida. Aqui na Terra, a vida nasceu no mar e migrou para terra muito tempo depois. Por isso, a existência de água em estado líquido é um dos pontos fundamentais na exploração planetária

Carlos Roberto de Souza Filho, do Instituto de Geociências da Unicamp

O fato de a água em Marte ser salgada e intermitente não impediria o desenvolvimento da vida, acredita o pesquisador. “Aqui temos lagos que secam em áreas desérticas, há salmoras, e mesmo não sendo um ambiente propício para o desenvolvimento da vida, conseguimos observar vários tipos de bactérias que habitam esses lagos”, explica Souza Filho, que é o professor titular de sensoriamento remoto do Instituto. Lembrando que Marte possui características que possibilitariam a vida.

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Vestígios de vida têm sido buscados desde as primeiras missões enviadas a Marte, contudo ainda não existiu uma missão com a capacidade de analisar a existência de microrganismos, mesmo aqueles já possivelmente extintos, os fósseis. “Isso só vai acontecer quando tiver a possibilidade de trazer amostras de lá. Há missões programadas para isso, que pretende levar uma maior quantidade de instrumentos”, afirma o professor da Unicamp, se referindo a missão que deve ser enviada a Marte em 2020.

Souza Filho conta que a descoberta da Nasa não é bem uma novidade no meio acadêmico. “Nós já estudávamos isso na Unicamp em um projeto que tínhamos com a Nasa (Agência Espacial Norte-Americana). Não estudamos o que era esse fluxo, mas já existia a possibilidade de ser água líquida. Mas, tudo na ciência é preciso demonstrar e ninguém tinha feito isso ainda, embora esse fenômeno já fosse conhecido”, esclarece.

Segundo ele, levar o homem ao planeta vermelho ainda é um sonho distante. “Mandar e trazer de volta é muito complicado. É complicado levar o homem para a Lua, imagina para Marte”, diz. 

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