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Trio vence Nobel de Química por estudos sobre mecanismos de reparo do DNA

O sueco Tomas Lindahl, o americano Paul Modrich e o turco Aziz Sancar ganharam o prêmio Nobel de Química de 2015 - Jonathan Nackstrand/AFP
O sueco Tomas Lindahl, o americano Paul Modrich e o turco Aziz Sancar ganharam o prêmio Nobel de Química de 2015 Imagem: Jonathan Nackstrand/AFP

Do UOL, em São Paulo

07/10/2015 06h55Atualizada em 07/10/2015 08h11

Tomas Lindahl, Paul Modrich e Aziz Sancar foram anunciados nesta quarta-feira (7) como os vencedores do prêmio Nobel de Química por estudos sobre os mecanismos de reparo do DNA, anunciou a Academia Real das Ciências da Suécia.

Os três foram premiados por terem "mapeado, a nível molecular, como as células reparam um DNA danificado e preservam a informação genética", o que pode ajudar a "desenvolver novos tratamentos contra o câncer", afirmou o júri do comitê Nobel.

Milhares de mudanças espontâneas no genoma de uma célula ocorrem diariamente enquanto radiação, radicais livres e substâncias carcinogênicas também podem danificar o DNA.

Para fazer com que materiais genéticos não se desintegrem, uma gama de sistemas moleculares monitoram e reparam o DNA, em processos que os três cientistas premiados ajudaram a mapear, abrindo a porta para aplicações como novos tratamentos contra o câncer.

Cada vencedor receberá um terço do prêmio de 8 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 3,8 milhões).

Sancar, 69 anos, nasceu em Savur, pequena localidade do sudoeste da Turquia, em uma família modesta de oito filhos.

Ele poderia ter se tornado um jogador de futebol profissional, já que foi convocado como goleiro para a seleção nacional juvenil, mas preferiu concentrar-se nos estudos.

Mais tarde estudou na Universidade do Texas, em Dallas, e atualmente é professor na Universidade de Chapel Hill (Carolina do Norte).

Lindahl, de 77 anos, estudou em seu país, mas atualmente trabalha no Reino Unido, no Francis Crick Institute de Londres.

"Foi uma surpresa. Sei que após vários anos fui considerado para o prêmio, mas assim como outras centenas de cientistas", afirmou por telefone ao ser contatado pelo júri.

Modrich, nascido em 1946, e que obteve um Doutorado em Stanford (Califórnia), trabalha como pesquisador no Howard Hughes Medical Institute, perto de Washington, e é professor de Bioquímica na Universidade de Duke (Carolina do Norte).

O Nobel de Química foi o terceiro prêmio entregue este ano. Na segunda-feira (5), o irlandês William Campbell, o japonês Satoshi Omura e a chinesa Youyou Tu levaram o prêmio Nobel de Medicina pelo desenvolvimento de tratamentos contra infecções parasitárias e a malária.

Na terça, o japonês Takaaki Kajita e o canadense Arthur B. McDonald ganharam o Nobel de Física por seus trabalhos sobre os neutrinos, partículas elementares.

Os prêmios Nobel foram entregues pela primeira vez em 1901 para honrar avanços na ciência, literatura e paz, de acordo com o testamento do inventor da dinamite e empresário Alfred Nobel. (Com as agências internacionais)