Conheça a Mammatus, a nuvem rara e boa de fotografar que apareceu no Paraná

Do UOL, em São Paulo

Ela pode ser sinal de forte tempestade, trazer chuva de granizo ou ir embora sem derrubar um pingo d'água. Só uma coisa é certa para a nuvem chamada pelos meteorologistas de mammatus: ela deixa as fotos mais bonitas.

Caso você veja uma no céu, aproveite. Elas não são muito comuns e podem ficar dois anos ou mais sem aparecer. "Parece um monte de bexigas de aniversário que penduram no céu", exemplifica o professor de meteorologia da USP, Mário Festa.

Não se sabe se era alguma surpresa preparada por São Pedro, mas as tais "bexigas" apareceram no céu de Chopinzinho, no Paraná (380 km de Curitiba), na semana passada. O fenômeno chamou a atenção da população, gerou debate nas redes sociais e, como não poderia faltar, rendeu ótimas fotos.

Muitos se surpreenderam com o que viram no céu da cidade na última quinta-feira (22). "Muito doido estes fenômenos da natureza", disse um internauta em uma rede social. Houve quem creditasse o fato a milagres. "Enquanto uns dizem que é fenômeno climático, para mim é só mais um sinal de que Jesus está voltando!!!". E teve quem acertou. "Mammatus! São lindas, mas são mensageiras de tempestades...".

Quer dizer, acertou em parte. O professor Mário Festa explica que elas podem estar associadas a tempestades quando acompanhadas pela temida cumulus nimbus, gênero de nuvem que provoca as fortes chuvas, inclusive de granizo.

Mas a mammatus também pode acompanhar nuvens mais suaves, que não trazem chuvas. É que elas não são gêneros específicos de nuvem. "A mammatus é um acessório que diferentes nuvens mostram em determinadas configurações", diz Festa. 

Vem tempestade?

O jeito é reparar melhor nos sinais que o céu dá, uma vez que a mammatus pode ou não vir acompanhada de nuvens de chuva. "Precisa escutar se tem trovão, ver se tem raio ou observar se cai granizo. Se tiver algum desses sinais, aí é porque temos uma cumulus nimbus com base de mammatus", diz ele.

Por dentro das nuvens

Mammatus vem de uma palavra em latim que significa "seio", como o leitor já deve ter desconfiado. "Ela possui um formato de "sino ao contrário" e acontece com alterações bruscas do tempo", diz Mário Festa.

O que provoca a formação das bolotas são as correntes ascendentes e descendentes de ar. Elas formam espécies de "cristas": onde a pressão é maior, há depressão (na base) e onde é menor, há o afundamento.

"É como as ondas do mar. Mas no mar, vemos as ondas por cima. No céu, vemos elas por baixo", conclui o professor.

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