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Ocupação humana na Estação Espacial Internacional completa 15 anos

Débora Nogueira

Do UOL, em São Paulo (SP)

02/11/2015 06h00

Quando o homem pisou na Lua em 1969 muita gente chorou. Um feito enorme para a humanidade, sem dúvida. Mas o que ninguém imaginava é que menos de 30 anos depois, uma estrutura também feita pelo homem viajaria a mesma distância todos os dias, sem ninguém se ligar disso. A Estação Espacial Internacional (ISS) completa 15 anos de ocupação humana nesta segunda-feira (2) e “viaja” a distância da Terra à Lua diariamente.

Mas ela não volta para a Terra, que fique claro. A ISS é uma estação permanente no espaço, uma espécie de “casa” onde os astronautas podem viver, comer, se banhar e ajudar a humanidade a entender mais sobre física, química, ciência. Sobre o Universo, enfim. Estima-se que mais de US$ 100 bilhões foram gastos até hoje para tornar a ISS uma realidade.

A Estação é um dos projetos mais bem-sucedidos da humanidade e a estrutura mais cara já construída pelo homem. Ela é fruto de um programa global liderado por Estados Unidos, Rússia, Europa, Canadá e Japão. Já passaram por lá, mais de 200 pessoas, de 15 países. E não só astronautas: 14 turistas também já pisaram lá. A ISS só recebeu um brasileiro até hoje: o astronauta Marcos Pontes. Mais de 25 mil refeições já foram servidas a bordo da estação.

A história tripulada da ISS começou no dia 2 de novembro de 2000, quando a nave russa Soyuz TM-31 se acoplou ao laboratório orbital com seus primeiros três moradores: os cosmonautas Yuri Gidzenko e Serguei Krikalev e o astronauta americano William Shepherd. O primeiro componente da Estação, porém, foi lançado em órbita dois anos antes.

O que é feito lá?

Cada equipe que habita a ISS é formada por seis pessoas e o tempo médio das estadias é de seis meses. Eles trabalham cerca de 35 horas por semana realizando os testes práticos de pesquisas de cientistas do mundo todo.

No laboratório de microgravidade da Estação, são realizadas as pesquisas que só poderiam ser feitas em um ambiente como esse. Neste momento, o laboratório está realizando experimentos para entender melhor o funcionamento do corpo humano, além de investigar como foi a formação da Terra. Os astronautas testam, ainda, materiais para o desenvolvimento de alta tecnologia.

Sua importância vai até além da pesquisa científica. A ISS consolidou um mercado robusto de voos em órbita baixa: diversos países concorrem para enviar não só seus astronautas, mas seus foguetes que levam suprimentos aos astronautas, além de satélites que têm as mais variadas utilidades: podem desde observar a Terra e ajudar no mapeamento até conectar as pessoas via internet e telefone. Há ainda o mercado de turismo espacial, com empresas privadas, como por exemplo a SpaceX, que já voa rumo à ISS e pretende se consolidar como principal opção de voos espaciais comerciais, sendo eles turísticos ou para levar equipamentos e pessoas ao Espaço.

Quero vê-la!

Os painéis solares da ISS recarregam a energia da estação e ajudam os terráqueos a verem a ISS a olho nu: ela é o terceiro objeto mais brilhante no céu (o primeiro é o Sol, e o segundo, a Lua). Ela trafega a uma velocidade de 27.500 km/h e completa a órbita da Terra a cada 1h30. Você pode vê-la online ou olhando direto para o céu.

Para saber quando a ISS passará por cima do Brasil, é só clicar aqui (link em inglês).