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Água dentro da Lua foi levada por asteroides, indica estudo

Representação artística mostra como deve ter sido o oceano de magma presente na Lua nos seus primórdios - GSFC/Nasa
Representação artística mostra como deve ter sido o oceano de magma presente na Lua nos seus primórdios Imagem: GSFC/Nasa

Do UOL, em São Paulo

31/05/2016 17h15

Tem água no interior da Lua. O fato já era de conhecimento dos cientistas, mas o que eles não sabiam é como e quando o líquido foi parar lá dentro. Uma equipe de pesquisadores da França, Estados Unidos e Inglaterra descobriu que a maior parte da água encontrada em nosso satélite natural foi levada até lá por asteroides.

O estudo chegou à resposta por meio da combinação de modelos numéricos e da análise de dados de amostras lunares de estudos anteriores. Isso teria acontecido entre 4,5 e 4,3 bilhões de anos atrás. O estudo com os resultados da pesquisa foi publicado nesta terça na revista Nature Communications.

Com base em amostras de hidrogênio e nitrogênio, os autores mostram que uma classe de asteroides rica em água, conhecida como condritos carbonáceos, foi responsável pela maior parte da água no interior lunar. Os cometas representam menos de 20% do total de água da Lua.

Lua derretida - David A. Kring/LPI - David A. Kring/LPI
A lua recebeu água de asteroides quando ainda estava se formando e tinha a superfície parcialmente "derretida"
Imagem: David A. Kring/LPI

Acredita-se que a Lua se formou de destroços gerados na colisão de um planeta do tamanho de Marte e a Terra, há cerca de 4,5 bilhões de anos. Esse material gerou um oceano de magma. A água foi para o interior da Lua ao longo de um período de 200 a 10 milhões de anos, quando esse oceano de magma lunar ainda existia.

Neste modelo, cometas e asteroides colidiram com o oceano de magma na Lua. A formação de uma “tampa”, ou crosta, sobre esse oceano impediu que a água e outras substâncias voláteis escapassem.

Embora estes resultados sugiram que a maior parte da água veio de asteroides, é possível que outra parte tenha sido derivada do planeta Terra, após a “grande colisão”. A ideia é sustentada pelo fato de a Lua e a Terra terem os mesmo isótopos de hidrogênio, quase como "impressões digitais".