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Em encontro em SP, gêmeos discutem como são importantes para a ciência

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Participantes do 1º Encontro de Gêmeos na USP
Imagem: Bruna Souza Cruz/UOL

Bruna Souza Cruz

Do UOL, em São Paulo

12/11/2016 12h00

Trocar de identidade na hora da prova, pregar peças nos amigos, levar bronca no lugar do outro e falar coisas ao mesmo tempo. Essas são apenas algumas das peripécias vividas por gêmeos --e múltiplos (quando nasce mais de um par de irmãos).

Brincadeiras à parte, as características e peculiaridades desses irmãos se tornaram o foco do 1º Encontro de Gêmeos na USP (Universidade de São Paulo), realizado nessa sexta-feira. A data 11/11 não foi escolhida à toa. Os organizadores quiseram fazer uma brincadeira com os pares de números.

De acordo com o neurologista Alexandre Ghelmam --irmão gêmeo do pediatra Ricardo--, o objetivo do encontro foi reunir pesquisadores, irmãos, familiares e curiosos para discutir a importância dos gêmeos para a ciência. O evento foi realizado em parceria com os pesquisadores de etologia (comportamento) humana do departamento de psicologia da universidade.

"O estudo com gêmeos é fundamental para verificar como a genética pode influenciar doenças e comportamentos. São muitos os benefícios que as pesquisas nessa área podem trazer", explicou Alexandre.

"Há hoje duas grandes causas de morte no mundo: o câncer e as doenças cardiovasculares. E elas são doenças com forte influência ambiental. O estudo de gêmeos pode ajudar nesse mecanismo de entender a relação entre o meio ambiente e a genética", complementou o irmão Ricardo.

As irmãs Ludmila e Isabela Troian Alves adoraram a ideia do encontro. Segundo elas, eventos como esses devem sempre acontecer.

"Eu sempre quis participar de um encontro de gêmeos. Sempre pesquisava e achava só encontro de amigos, de um grupo qualquer, mas nunca de gêmeos. Por isso, resolvemos participar", disse Ludmila.

Sindicato dos Gêmeos

Pode parecer curioso para alguns, mas existe um sindicato dos gêmeos, com direito até a estatuto. Ele surgiu em 2011 após uma parceria de duas duplas de gêmeos, os irmãos médicos Alexandre e Ricardo e dos cartunistas e humoristas Chico e Paulo Caruso.

Segundo os organizadores, um dos grandes objetivos do sindicato é cadastrar os gêmeos existentes pelo Brasil para a criação de um banco de dados nacional que possa contribuir com as pesquisas sobre o tema.

“A experiência de vida e do meio ambiente influenciam o comportamento dos gêmeos. É interessante que existam mais estudos brasileiros sobre como isso ocorre”, ressaltou Alexandre.