Cientistas corrigem surdez e labirintite alterando DNA de camundongos
Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard conseguiram reverter perda de audição e sintomas de labirintite em camundongos através de terapia genética. Dois estudos sobre o assunto foram publicados nesta segunda-feira (6) na revista Nature Biotechnology.
Pesquisas com várias doenças genéticas têm mostrado que elas podem ser curadas em animais e humanos através do uso de vírus benignos modificados para carregar cópias normais de genes até os órgãos.
Mas é a primeira vez que cientistas conseguiram identificar um vírus capaz de entrar e mudar os genes nas células da cóclea, parte responsável pelos sons no ouvido interno.
Segundo os pesquisadores, se a tecnologia usada nos estudos puder ser transferida para humanos, será um grande avanço nas abordagens de transferência genética para tratar doenças do ouvido.
Estima-se que 125 milhões de pessoas no mundo sejam afetadas por distúrbios de audição, que estão ligados a mutações em mais de cem genes.
Como foi feito?
No primeiro estudo, Konstantina Stankovic, Jeffrey Holt, Luk Vandenberghe e seus colegas demonstraram que uma variação sintética do adenovírus associado (um vírus pequeno que infecta humanos sem causar doenças) consegue levar uma proteína fluorescente ao ouvido dos camundongos.
Estudos de segurança descobriram que o procedimento, incluindo a injeção no aparelho auditivo não teve efeitos colaterais.
Na segunda pesquisa, coordenada por Gwenaëlle Géléoc, foi usado o mesmo vírus para tratar camundongos com uma mutação genética responsável pela síndrome de Usher tipo IC, uma doença genética que causa surdez, problemas de equilíbrio e perda da visão.
Assim que camundongos com a mutação genética da doença nasceram, eles receberam o gene normal na cóclea. Isso aumentou a quantidade de proteínas nas células e consertou as células afetadas, resultando em uma melhora robusta na audição e no equilíbrio.
Assim, camundongos que tinham uma surdez muito grave conseguiram ouvir sons equivalentes a sussurros.
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