Sensores na face auxiliavam tiranossauros na caça, diz estudo
Quando falamos em tiranossauros, pensamos logo em dinossauros enormes, cujas mordidas podem estraçalhar tudo o que veem pela frente. Um dinossauro "durão", cujo rosto é uma verdadeira armadura, praticamente indestrutível. Foi essa a imagem que filmes como "Jurassic Park" nos passou.
Estudo publicado nesta quinta-feira (30) na Nature Publishing Group’s Scientific Reports, no entanto, aponta que os tiranossauros possuíam uma face muito mais "sensível" do que imaginávamos.
A pesquisa, conduzida por cientistas norte-americanos e australianos e liderada por Thomas Carr, do departamento de Biologia do Carthage College, dos Estados Unidos, revelou que uma espécie de tiranossauro, o Daspletosaurus horneri, possuía uma face escamosa, sem lábios, com um focinho altamente sensível ao toque, semelhante a dos crocodilianos.
"Sexto sentido"
Os autores do estudo deduziram que estes órgãos sensoriais presentes nos animais deste gênero de dinossauro poderiam servir para ajudá-los na captura de presas, bem como na identificação e manipulação de objetos.
Esta rede sensorial, uma espécie de "sexto sentido", está presente em outros animais e pode servir para diferentes funções, como para a detecção de campos magnéticos em aves migratórias, de vibrações na água por jacarés ou de radiação infravermelha durante a caça por víboras.
Os fósseis encontrados em Montana, nos EUA, que fundamentaram a pesquisa, foram encontrados em excelente estado de preservação --estima-se os Daspletosaurus horneri tinham aproximadamente nove metros de comprimento e 2,2 metros de altura e viveram na região há cerca de 75 milhões de anos.
Outra relevante descoberta feita pelos cientistas diz respeito a maneira em que se deu a evolução desta espécie. Segundo a pesquisa, eles descendem diretamente de seu parente geologicamente mais próximo, o Daspletosaurus torosus --esta forma de evolução, rara, é chamada de anagênese e ocorre quando uma espécie se transforma, gradualmente, em uma nova.
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