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Trump contraria indicação e olha para eclipse sem óculos

21.ago.2017 - O presidente dos EUA, Donald Trump, e a primeira-dama, Melania Trump, observaram o eclipse solar da varanda da Casa Branca, em Washington - Nichola Kamm/AFP
21.ago.2017 - O presidente dos EUA, Donald Trump, e a primeira-dama, Melania Trump, observaram o eclipse solar da varanda da Casa Branca, em Washington Imagem: Nichola Kamm/AFP

Do UOL, em São Paulo

21/08/2017 18h03

Diferentemente do que mandam os especialistas, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se arriscou a olhar para o eclipse solar desta segunda-feira (21) sem usar óculos.

O mandatário apareceu em uma varanda da Casa Branca com sua mulher, Melania Trump, e virou o rosto diretamente para o Sol, até que alguém gritou "não olhe". A primeira-dama estava de óculos escuros próprios para eclipses, depois também endossados por Trump.   

Em eventos desse tipo, é comum as pessoas olharem o Sol por um longo período, o que, se for feito sem proteção e por muito tempo, pode causar danos irreversíveis à visão. 

É a primeira vez em quase um século que os Estados Unidos conseguem ver a Lua encobrir o Sol totalmente, tanto que o eclipse foi tratado no país com ares de grande evento, com direito até a cobertura ao vivo por canais de notícias. No Brasil, o eclipse só pôde ser visto - e parcialmente - nas regiões Norte e Nordeste.

Como observar o fenômeno?

Na hora de observar o eclipse, o recomendado é tomar cuidados.

O ideal é que sejam utilizados ‘óculos de eclipse’, que, por terem um filtro especial, permitem uma maior exposição à luz solar. Como alternativa caseira, porém, o mais indicado é que se use uma máscara de soldador com a tonalidade mais escura, número 14. Estas lâminas de vidro são encontradas em casas de ferragens e custam, em média R$ 3.

14.nov.2012 - Jovem coloca máscara de soldador para acompanhar o eclipse do Sol na noite desta terça-feira (13), em Santiago, no Chile. O país latino só pode acompanhar um eclipse parcial, pois o fenômeno só poderia ser total se avistado (em terra firme) da região norte da Austrália - Felipe Trueba/EFE - Felipe Trueba/EFE
O uso de máscara de soldador é uma maneira segura para a observação do eclipse
Imagem: Felipe Trueba/EFE
Objetos como placas de raio X ou mesmo os tradicionais óculos de sol, por exemplo, não devem ser utilizados na observação do eclipse.

"Esses materiais carbônicos não bloqueiam a luz do sol. É um perigo, porque você pode bloquear a luz visível, mas deixar passar a luz infravermelha. E o calor vai acabar cozinhando seu olho", diz o astrônomo Gustavo Rojas, professor da UFScar (Universidade Federal de São Carlos).

Outra forma de observar o eclipse é de forma indireta, por projeção. A mais simples delas pode ser feita com duas folhas de papel, sendo uma delas com um furo.

O observador deve posicionar a folha com o orifício à frente da outra, projetando nesta segunda a luz do sol --é possível, então, acompanhar, nesta projeção, a ocultação do Sol pela Lua.

Também é possível usar câmaras escuras, feitas de forma artesanal (veja como fazer uma câmara escura).

Para quem vai usar um telescópio ou binóculo, é preciso usar um filtro solar adequado, de cromo e alumínio, para evitar riscos à saúde.

O que é um eclipse solar

Um eclipse solar ocorre quando a Lua, na fase Nova, passa em frente ao Sol, projetando uma sombra sobre a Terra. Nos locais onde esta sombra é projetada, o eclipse solar é total, ou seja, o Sol fica totalmente encoberto pela Lua.

Além desta sombra, a Lua projeta na Terra, também, uma penumbra, que é o que os brasileiros observarão nesta segunda-feira --nos locais onde é a penumbra que se projeta, os observadores veem apenas uma parte do Sol encoberto pela Lua, sendo o eclipse parcial.

Além do eclipse total e parcial, que ocorrem simultaneamente, mas em locais distintos, existe ainda o eclipse anular. Este fenômeno ocorre quando a Lua passa em frente ao Sol, mas por não estar no ponto mais distante de sua órbita, acaba por não tapar completamente o Sol, deixando apenas um 'anel' de luz visível. Por fim, há ainda o eclipse híbrido, quando a curvatura da Terra faz com que o eclipse seja observado como anular em alguns locais e total em outros.

Neste ano, os brasileiros já puderam observar um eclipse anular, em 26 de fevereiro --o próximo será em 2023. Já um eclipse solar total só poderá ser visto no país em 2045. (*Com informações da agência de notícias Ansa)