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Vacinas da zika oferecem proteção duradoura em macacos, mostra estudo

Jeff Miller/UW-Madison/AP
Imagem: Jeff Miller/UW-Madison/AP

Do UOL, em São Paulo

13/12/2017 17h00

Um grupo de cientistas dos EUA desenvolveu vacinas contra o vírus da zika que ofereceram imunização duradoura contra a doença em macacos. Os testes realizados mostraram que os primatas que tomaram as vacinas permaneceram imunes à doença após um ano, algo que ainda não tinha sido verificado em testes de vacinas contra a zika.

As tentativas anteriores de desenvolvimento de vacinas só avaliavam a eficácia semanas após a imunização, quando ocorre o pico de imunidade. Contudo, para ser bem-sucedida, a vacinação em humanos precisa promover defesa contra a infecção por longos períodos de tempo.

O novo estudo, que teve seus resultados publicados nesta quarta-feira (11) na revista "Science Translational Medicine", foi feito por pesquisadores do Beth Israel Deaconess Medical Center (BIDMC, na sigla em inglês), do Instituto de Pesquisas Walter Reed do Exército (WRAIR), e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), todos dos Estados Unidos.

"Mostramos que uma única imunização com uma vacina baseada em adenovírus, bem como duas imunizações com uma vacina de vírus inativado purificado, proporcionou proteção robusta contra a zika em macacos rhesus após um ano da vacinação", dizem os pesquisadores no artigo liderado por Peter Abbink, da Escola de Medicina de Harvard.

Três tipos testados

Na pesquisa, foram testados três tipos de vacina. Uma feita com base em vetor de adenovírus, outra feita de vírus inativo purificado (PIV, na sigla em inglês), e uma terceira produzida com DNA otimizado. Nem todas elas apresentaram imunização duradoura. Para realizar os testes, os cientistas expuseram os macacos ao vírus da zika um ano após eles terem sido vacinados.

"Em contraste [com os resultados das vacinas de adenovírus e de vírus inativado], duas doses da vacina de DNA, que forneceu proteção completa nos estudos feitos durante o pico de imunidade, tiveram uma reduzida eficácia para proteção após um ano", diz o artigo.

A dose única da vacina baseada em vetores de adenovírus protegeu 100% dos animais imunizados. Já as duas doses de vírus inativados purificados protegeram completamente 75% dos primatas. A vacina de DNA, altamente eficaz em estudos de curto prazo, não conseguiu proteger os macacos após um ano, com 71% dos primatas imunizados tornando-se infectados após a exposição ao vírus.