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Fim de semana terá melhor momento para ver chuva de estrelas cadentes

Chuva de meteoros Lirídeas em uma noite clara de Yangon, em foto de longa exposição - Ye Aung Thu/AFP Photo
Chuva de meteoros Lirídeas em uma noite clara de Yangon, em foto de longa exposição Imagem: Ye Aung Thu/AFP Photo

Do UOL, em São Paulo

20/04/2018 04h00

Uma chuva de meteoros de grande intensidade no Brasil, as chamadas Lirídeas, pode ser vista no Brasil desde a última segunda-feira (16), mas a madrugada de domingo para segunda (23) será o dia em que a "chuva de estrelas cadentes" chegará ao ápice, e estará visível no céu a olho nu. O fenômeno poderá ser visto na maior parte do país, principalmente nas regiões Norte e Nordeste.

Os meteoros são pequenos corpos celestes que, ao entrarem na atmosfera da Terra, entram em combustão parcial ou totalmente em razão do atrito com a atmosfera e o contato com o oxigênio. O fenômeno deixa um risco luminoso no céu, popularmente conhecido como “estrela cadente”.

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“As chuvas de meteoros acontecem quando um grande número destes corpos entra na atmosfera ao mesmo tempo, causando uma sequência de estrelas cadentes que podem ser visualizadas a olho nu e que podem durar vários dias”, explica o pesquisador Fernando Roig, do ON (Observatório Nacional).

De acordo com ele, o fenômeno acontece quando a Terra atravessa a órbita de algum cometa, cheia de seus próprios fragmentos. São esses estilhaços que se transformam em meteoro. “Cada chuva ocorre com periodicidade anual, e existem diversas chuvas ao longo do ano vinculadas às órbitas de diferentes cometas conhecidos.”

Nas Líridas, conhecidas como “estrelas de abril”, o fluxo de entrada na atmosfera é de 10 a 20 meteoros por hora, quantidade que pode chegar a 100, ocasião em que se torna uma das 10 chuvas mais intensas do ano.

O fenômeno recebeu este nome (Lyrideas) porque a região do céu na qual a chuva parece chegar à Terra fica na constelação Lyra. Essas chuvas não representam riscos para a Terra e acontecem em praticamente todos os meses, algumas com mais intensidade e ampla visibilidade, como as Lyrideas.

“Não existe risco porque a maioria dos fragmentos é muito pequena e se esfarela na atmosfera antes de atingir o solo. Excepcionalmente, pode ser que algum fragmento caia no solo, mas trata-se de corpos muito pequenos cuja probabilidade de oferecer risco às pessoas é praticamente nula”, garante Roig.

Para os habitantes de nosso Brasil, o dia do pico será justamente na madrugada de segunda, 23 de abril, quando 10 a 20 meteoros por hora devem chegar ao planeta.

A olho nu

A maior quantidade de meteoros caindo do céu será antes do amanhecer no horizonte norte, perto da estrela brilhante Vega. “As melhores regiões para observar o máximo da chuva serão Norte e Nordeste, após a meia-noite até antes do amanhecer do dia 23”, explicou o astrônomo Marcelo de Cicco, doutorando no Observatório Nacional e coordenador do projeto Exoss. “A melhor forma de observá-lo e a olho nu.”

É importante buscar um lugar escuro, preferencialmente longe da luminosidade das grandes cidades. Vale ainda torcer para que o tempo esteja aberto e, consequentemente, o céu limpo de nuvens. As condições da Lua também podem interferir na observação, isso porque a sua luminosidade pode ofuscar bastante os efeitos luminosos dos meteoros.