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Clique Ciência: Por que as tampas de canetas têm um furinho na ponta?

Furinho na ponta foi feito pensando em quem tem o hábito de morder tampas de caneta - Raquel Cunha/Folhapress
Furinho na ponta foi feito pensando em quem tem o hábito de morder tampas de caneta Imagem: Raquel Cunha/Folhapress

Marcelle Souza

Colaboração para o UOL, em São Paulo

08/06/2018 04h01

As tampas de canetas esferográficas costumam ter um furinho na ponta. E isso não tem a ver com durabilidade, nem eficiência do material. O orifício foi projetado pensando na segurança de quem usa - ou até morde - as tampinhas.

“Para evitar risco de asfixia, caso alguém engula a tampa por acidente, o objeto ganhou uma abertura que possibilita a passagem de ar”, explica Bernardo Abrantes, gerente de papelaria da BIC Brasil.

Na marca, essa mudança ocorreu em 1991, em adequação às normas internacionais de segurança. 

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Quem se engasga com tampa de caneta?

Os números oficiais, na verdade, não registram muitos acidentes com tampas de caneta. De acordo com o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), 49% das lesões relacionadas a engasgo, inalação, ingestão de objeto e sufocamento envolvem produtos voltados para bebês e crianças. Chupeta e mamadeira, por exemplo, correspondem a 36% dos casos de asfixia. 

Além disso, um estudo realizado pela Universidade de Pádua, na Itália, aponta os principais causadores de engasgo: moedas, bolinhas de gude e alimentos como nozes, sementes e grãos. 

Segundo dados do Ministério da Saúde, 826 crianças de até 14 anos morreram vítimas de sufocamento em 2016. Desse total, 636 (77%) tinham menos de um ano de idade – o que faz dessa a principal causa de morte entre bebês. 

E o furinho no corpo da caneta?

Caneta esferográfica - Paolo Gaetano / Getty Images - Paolo Gaetano / Getty Images
Imagem: Paolo Gaetano / Getty Images

Além das tampas, o corpo das canetas esferográficas também tem um furinho que deixa muita gente curiosa. A finalidade desse orifício, porém, é diferente:

“Ele serve para igualar a pressão do interior da carga à do exterior. Isso faz com que o produto suporte ambientes de alta pressão, sem vazamentos e ainda ajuda na chegada da tinta na ponta esférica”, explica Abrantes.

Quanta ciência envolvida da produção de uma simples caneta esferográfica, não é mesmo?