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Teste de DNA em casa ganha popularidade no Japão

Imagem de DNA embrionário - Reprodução/hindustantimes
Imagem de DNA embrionário Imagem: Reprodução/hindustantimes

Shiho Takezawa

Bloomberg

19/07/2018 08h18

Os testes de DNA em casa começam a ganhar força no Japão à medida que as pessoas envelhecem e procuram saber se são suscetíveis a ter determinadas doenças. O mercado de testes genéticos de consumo deverá alcançar 6,6 bilhões de ienes (US$ 58 milhões) em vendas até 2022, contra 4,3 bilhões de ienes no ano passado, segundo o Fuji Chimera Research Institute.

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O setor é dominado por duas empresas locais, Genesis Healthcare e Genequest. Por 5.000 ienes a 30.000 ienes, os clientes podem enviar uma amostra bucal colhida com cotonete para descobrir propensões à intolerância ao álcool e a alergias e riscos de diabetes e derrames.

O Japão está envelhecendo rapidamente e um terço da população deverá ter 65 anos ou mais em 2035. Embora mais pessoas tenham consciência de que podem detectar riscos à saúde por meio de um exame de DNA feito a tempo, o mercado de autotestes do Japão é muito menor do que o dos EUA, onde foram gastos US$ 73 milhões em exames genéticos no ano passado, segundo a Kalorama Information. As duas startups japonesas apostam que os kits de testes, assim como os serviços on-line que usam dados genéticos compilados, terão uma demanda maior quando as pessoas passarem a confiar mais na tecnologia.

"Vejo muito potencial neste negócio", disse o fundador da Genequest, Shoko Takahashi.

A Genesis, a empresa número 1 em testes caseiros, com 70 por cento de participação no mercado, colheu dados de mais de 600.000 usuários e pretende atingir 1 milhão neste ano. A empresa também opera como GeneLife no Japão. A Rakuten investiu 1,4 bilhão de ienes na startup com sede em Tóquio em agosto e o CEO Hiroshi Mikitani agora faz parte do conselho.

No Japão por enquanto não há restrições legais para os testes genéticos com dados coletados pelo consumidor. O Ministério da Economia, do Comércio e da Indústria, no entanto, disse que a qualidade dos testes é um motivo de preocupação. Em 2013, a Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA, na sigla em inglês) determinou que a empresa americana de testes de DNA 23andMe deixasse de comercializar seus kits porque não conseguia cumprir o que prometia nas propagandas. A FDA suspendeu a proibição em 2017.

As empresas de alimentos também estão interessadas no setor para oferecer refeições personalizadas e produtos nutricionais. A Nestlé Japan se aliou à Genesis em maio para lançar um novo serviço por aplicativo que oferece orientação nutricional baseada em testes genéticos.

No ano passado, a Genequest foi comprada pela Euglena, uma empresa de bebidas e suplementos de saúde. Juntas, as empresas agora estão vendendo testes de DNA voltados à tolerância ao álcool.

O crescimento do mercado dependerá da precisão dos kits caseiros, disse Fumiyoshi Sakai, analista do Credit Suisse Securities. "A questão aqui é a inovação tecnológica", disse.

Apesar de não serem tão precisos quanto um teste clínico mais completo, os kits de testes caseiros são úteis para identificar fatores genéticos suficientes para que as pessoas mudem o estilo de vida, segundo Takahashi, da Genequest. Ainda há espaço para melhorias e crescimento, disse.

"Por enquanto ninguém encontrou um padrão vencedor neste negócio", disse Takahashi. "É preciso investir tempo e dinheiro" para o setor crescer, disse.