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Funcionários começam a retirar peças do acervo do Museu Nacional

Do UOL, em São Paulo e no Rio

03/09/2018 15h36Atualizada em 03/09/2018 16h03

Um grupo de aproximadamente 15 funcionários do Museu Nacional entrou no prédio, às 15h desta segunda-feira (3), em busca de objetos e peças do acervo que possam ter escapado às chamas. Eles entraram pela porta principal, acompanhados por soldados do Corpo de Bombeiros.

Uma das primeiras peças retiradas foi um grande quadro, ainda emoldurado, carregado por quatro funcionários. O trabalho é lento e minucioso, pois muitas peças ainda podem estar em condições de recuperação, abaixo de toneladas de madeiras queimadas e telhas de barro. Os três andares do museu desabaram um por cima do outro até o chão.

Segundo Renato Cabral Ramos, da área de geologia e paleontologia do museu, foi retirado um quadro do Marechal Rondon que talvez possa ser restaurado. Além disso, alguns armários de metal ainda estão de pé e podem ter preservado conteúdo que estava guardado.

Algumas rochas da Coleção Werner, que ficavam próximas à saída, foram retiradas, inclusive rochas pesadas, carregadas nos ombros. Segundo Renato, as pedras estão danificadas, mas podem ser recuperadas. Ele disse ainda que acreditar que toda a coleção de Egito foi perdida.

Especialistas em meio aos escombros

Os funcionários removem cuidadosamente restos de escombros, como pedaços de madeiras, telhas e mesmo vigas metálicas, na esperança de encontrar algum objeto de valor histórico. Normalmente, o trabalho de rescaldo é feito apenas pelos bombeiros, mas como se tratam de peças antigas, é necessário acompanhamento dos especialistas, para distinguir um simples resto de escombro de um artigo valioso.

Munidos com martelos, pás e enxadas e usando apenas capacete, sem luvas, os funcionários trazem para fora as peças que encontram, colocando as menores dentro de caixas plásticas. 

Incêndio no Museu Nacional: O Acervo Perdido

UOL Notícias

Apenas bombeiros e funcionários do museu podem ingressar dentro do prédio. Os jornalistas e demais pessoas ficam a cerca de 20 metros de distância, por questão de segurança. Entre as peças mais raras, estão as múmias egípcias, compradas pelo Brasil por Dom Pedro I, e o crânio de Luzia, o mais antigo fóssil humano encontrado no país, com cerca de 12 mil anos.

A busca dos funcionários, entretanto, durou apenas 15 minutos. Agentes da Polícia Federal pediram para eles se retirassem para dar início às investigações sobre as causas do incêndio.

(*Com Agência Brasil, Gabriel Sabóia e Luis Kawaguti, do UOL no Rio)