A escolha da sua universidade também depende dos genes, revela estudo

Família, amigos? Sim, eles são importantes, mas a escolha da universidade que você vai frequentar também depende da sua genética. É o que defende uma nova descoberta publicada pela revista científica Nature nesta quarta-feira (18): os genes são cruciais na hora de um jovem decidir se vai entrar em uma universidade, qual instituição vai frequentar e até como será seu desempenho acadêmico.

A equipe da pesquisadora Ziada Ayorech, do Instituto de Psiquiatria, Psicologia e Neurociência da King's College London, no Reino Unido, analisou as informações genéticas de 3 mil indivíduos e outros 3 mil pares de gêmeos para o artigo The genetics of university sucess (A genética do sucesso universitário, em tradução livre). A missão era descobrir até que ponto os genes explicam as diferenças relacionadas à educação universitária entre jovens adultos.

Leia também:

• Cientistas revertem perda de cabelo e pele enrugada

Ao comparar gêmeos idênticos e não-idênticos, os autores chegaram à conclusão de que fatores genéticos explicam 57% das diferenças nos resultados do exame A-level, aplicado a quem tenta uma vaga na Universidade no Reino Unido.

Os genes também responderam por uma diferença de 51% na hora de escolher a universidade. A qualidade da instituição é diferente em 57% dos casos graças à genética, percentual que chega a 46% quando se avalia o aproveitamento do aluno na instituição de ensino.

Estudos anteriores já mostraram que os fatores genéticos explicam boa parte das diferenças educacionais de alunos do ensino fundamental e médio. O que Ziada Ayorech sugere agora é que essa influência genética se mantém no ensino superior.

Os cientistas argumentam que a diferenciação genética dá aos alunos liberdade maior para escolher o ambiente em que se sentem mais à vontade para desempenhar suas aptidões hereditárias.

Além disso, eles descobriram que, embora o ambiente familiar e escolar tenha uma grande influência na decisão sobre a escolha universitária, foram os ambientes individuais ou "únicos" que explicaram parte das diferenças no desempenho acadêmico.