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Por apoio, Lula muda discurso, agrada mercado e orça reforma no ministério

Em sua primeira entrevista coletiva após a queda em casa e o tombo na sua popularidade, Lula ajeitou o discurso econômico, agradou a Faria Lima e começou a orçar quanto vai custar para fazer a reforma do seu ministério. Petistas desconfiam que eles vão acabar pagando a conta - em cargos perdidos no governo para os partidos aliados e sempre insatisfeitos.

O presidente mudou seu discurso sobre a alta dos juros (que haviam subido um ponto no dia anterior): disse que o Banco Central fez o esperado; que o novo presidente, indicado por ele, Gabriel Gallípolo, não poderia dar uma cavalo-de-pau e mudar a política de juros da noite para o dia; e que lhe deu autonomia.

A Bolsa subiu mais de 2%, e não foi coincidência. Os porta-vozes do mercado, porém, não dizem que Lula fez a Bolsa subir nem que ele derrubou o dólar com seu novo discurso. Na Faria Lima e na mídia que a ecoa, Lula só é responsável quando o dólar sobe.

A torcida era para que Lula escorregasse na entrevista e desse alguma desculpa retórica para provocar a desvalorização do real. Isso porque muita gente comprou dólar caro no final do ano, apostando em uma alta continuada, e está tomando prejuízo. Mas Lula não tropeçou na própria língua, para alívio de outros.

Na Esplanada dos Ministérios havia tensão antes da entrevista. Ministros ficaram apreensivos ao saberem que Lula pretendia falar. Temiam como seu discurso poderia repercutir. No mercado, a recepção foi majoritariamente positiva. No Congresso, as reações foram variadas. Nem todo mundo gostou.

Lula ironizou a frase dita na véspera pelo presidente do PSD, Gilberto Kassab, famoso pelas suas propriedades quânticas de estar em mais de um lado ao mesmo tempo. Kassab criticara o governo, chamara Fernando Haddad de "ministro fraco" e dissera que Lula não se reelegeria "se a eleição fosse hoje".

Lula disse que riu: "Olhei no calendário e vi que a eleição é só em 2026". Se riu de fato não se sabe, mas todo mundo entendeu o recado: por causa da perda de popularidade do presidente, o preço do apoio ao seu governo aumentou tanto quanto a picanha.

Ao dizer o que disse, Kassab estava apenas avisando que quer mais para continuar a apoiar Lula: mais cargos no governo. A pressão por uma reforma ministerial aumentou. E Lula está orçando quando ela vai custar e quem vai pagar a conta. O PT suspeita que será ele.

Se a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, é forte candidata a um ministério dentro do Palácio do Planalto, outros ministros do partido correm risco crescente de perderem suas pastas. E perderem para quem? Para partidos do Arenão que inflacionaram o preço do apoio ao governo, como o PSD de o Republicanos.

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Mas os cobradores de cargos querem esperar a eleição das mesas diretoras e das presidências das comissões temáticas da Câmara e do Senado nos próximos dias antes de fecharem negócio com Lula. Isso porque querem fazer um pacote completo: emendas parlamentares, comissões que têm direito a fazer essas emendas ao orçamento, e os ministérios que vão executá-las.

Não existe reforma grátis.

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195 comentários

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Eri Ranilson Petrucio Galindo Brand o

Lula precisa cair, Lula precisa sair, Lula é o pior presidente e ser humano brasileiro de todos os tempos. Lula é uma fraude 100% do tempo. Lula nunca prestou e sempre enganou seu povo ! #foralula BRASIL VOLTARÁ A CRESCER SEM LULA 

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Marcos Issao Hashiguchi

Colocaram um companheiro, na presidência do BC, mas os juros subiu e vai subir mais, e a desculpa é que esse aumento já estava programado??? Conclusão esse cara é um simples fantoche.

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Fernando Luis Loizate

e mente também

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