As aventuras palacianas e cinematográficas do 'crush' de Fernanda Torres
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A atriz Fernanda Torres viu Chico Rubens Paiva logo depois de "Ainda Estou Aqui" ganhar o Oscar de melhor filme internacional. "Meu crush de Nova York", ela brincou. Eles se abraçaram e outro filme passou na cabeça dele.
Seis meses antes, Chico estava com a família inteira no Festival de Veneza para a estreia do filme que retrata a vida de Eunice Paiva, sua avó. Na turnê mundial que se seguiu, Chico e Fernanda deram rolês nova-iorquinos. Eles tinham estado juntos em alguns momentos da gravação do longa-metragem nos anos anteriores e o marcou o cuidado com que a equipe toda tratou a história da família.
Depois veio o Globo de Ouro, em que ela ganhou o prêmio de melhor atriz. O sucesso de bilheteria no Brasil. O impacto político do filme, que destravou ações no Supremo Tribunal Federal para responsabilizar os acusados pelo desaparecimento de seu avô, o ex-deputado Rubens Paiva.
A vida da família mudou completamente, e a de Chico também. Ele mora em Brasília e trabalha no Ministério da Indústria e Comércio. Esteve com Lula duas vezes neste ano. Em janeiro, foi recebido na criação do prêmio Eunice Paiva no Palácio do Planalto. Em fevereiro, ele e o irmão, Juca, foram convidados para uma sessão de "Ainda Estou Aqui" no cinema no Palácio da Alvorada. Assistiram ao filme com a cúpula do Congresso e ministros do governo.
Ao final, Lula refletiu sobre a tortura e morte de Rubens Paiva em conversa com os netos. Falou do irmão Frei Chico, que foi torturado nos porões da repressão e pensou na própria história. Terminaram a noite armando um churrasco na Granja do Torto.
Na quinta-feira, 27 de fevereiro, Chico voltou para São Paulo para tomar café no ar com a apresentadora Ana Maria Braga, da Globo. Ela o recebeu com interesse, contou que tinha assistido ao filme três vezes. "Achei que ia ser um papo rápido, mas foi o programa inteiro", comentou Chico. Foi embora com uma quentinha de pão de queijo e coxinha.
No dia seguinte, ele embarcou para Los Angeles. Ao lado de Nalu, Ana Lúcia Paiva, sua tia, representaria a família na cerimônia do Oscar. Sábado à noite jantaram no Chateau Marmont, restaurante icônico de Hollywood, onde esbarraram em Ben Stiller e Sean Baker.
No domingo do Oscar, Chico acordou e leu na Folha de S.Paulo o artigo de seu tio Marcelo Rubens Paiva, autor do livro homônimo que inspirou o filme. "Chorei pra caramba, emocionante. Me lembrou do dia em que Bolsonaro ganhou a eleição. Chorei na cama também, mas por outro sentimento."
No café da manhã com a tia, Nalu contou que não conseguia tirar o colar de Eunice que usara na véspera. Achou que era um sinal da mãe e decidiu ir com o adereço à cerimônia daquela noite. Quando foi pegar o passaporte na mala, Chico enganchou sem querer num colar que ganhou no Amapá semanas antes. Uma liderança indígena entregou o presente em homenagem à defesa de Eunice dos povos indígenas. Chico decidiu fazer como a tia e levou o colar consigo.
No teatro do Oscar, tia e sobrinho sentaram ao lado da cineasta Daniela Thomas, produtora do longa, e o ator Selton Mello, que faz o papel de Rubens Paiva. "A gente vai ganhar, a gente vai ganhar", repetia Selton como um mantra. Chico estava nervoso, temia a frustração —sua e da nação.
Quando veio o Oscar de melhor filme internacional, a turma vibrou, chorou e se abraçou. Os americanos ao lado fizeram cara de interrogação. Ao entenderem o tamanho da vitória, choraram junto.
Foi depois de tudo isso que Chico e Fernanda se abraçaram. E comemoraram mais do que um Oscar. Celebraram a vida.
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