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'Pau nos privilégios' une militância de esquerda

Pela primeira vez no terceiro governo Lula, movimentos populares de esquerda se alinharam em torno de uma pauta comum, transcendendo as discussões personalistas que marcaram o período, analisa José Roberto de Toledo.

O tema é um dos destaques do episódio desta semana do A Hora, podcast de notícias do UOL com os jornalistas Thais Bilenky e José Roberto de Toledo, disponível nas principais plataformas. Ouça aqui.

O mote "pau nos privilégios" conseguiu unificar desde centrais sindicais até movimentos sociais em uma campanha que combina a redução da jornada de trabalho com a taxação dos super ricos.

A articulação ganhou corpo com o lançamento, no dia 1º de julho, de um plebiscito popular organizado pelos movimentos ligados à esquerda. A iniciativa reúne as centrais sindicais CUT e Força Sindical - que é raro -, além da União Brasileira de Estudantes Secundaristas, MST, MTST, setores da Igreja Católica e parte da esquerda evangélica.

O plebiscito, que já conta com mais de 3 mil urnas físicas registradas nas ruas, consulta a população sobre dois temas: o fim da escala 6x1 (trabalhar seis dias com folga em apenas um), sem perda salarial e a taxação dos super ricos. A proposta prevê que quem ganha mais de R$ 50 mil por mês pague mais impostos para que quem ganha até R$ 5 mil seja isento.

"O resultado desse plebiscito de fato não significa nada, o que vale é a campanha, o que interessa é ver, pela primeira vez em muito tempo, os movimentos de esquerda numa pauta comum, numa ideia e numa proposta comum", diz o colunista.

A unificação em torno da pauta tributária conseguiu um feito inédito: pautar a direita nas redes sociais. Segundo levantamento da Palver, o debate começou meio morno na segunda-feira e foi ganhando força. Na quarta, já estava quatro vezes mais volumoso, principalmente pela entrada da direita para criticar o governo. "O fato de o governo ter conseguido levar a direita a discutir um tema que lhe interessa, interessa ao governo, já é um feito", avalia Toledo.

O presidente Lula abraçou a causa "de corpo e alma", aparecendo em um evento na Bahia segurando um cartão com um dos motes da campanha. A mobilização envolve não apenas os movimentos populares, mas também partidos como PT, PCdoB, PV, Rede e PDT.

A campanha também conseguiu diminuir os embates internos no governo. Reportagem publicada no UOL durante a semana mostrou que os conflitos entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o ministério da Casa Civil, chefiado por Rui Costa, reduziram em decorrência da unificação de linguagem e tema em torno da pauta tributária.

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A Hora é o podcast de notícias do UOL com os jornalistas Thais Bilenky e José Roberto de Toledo. O programa vai ao ar todas as sextas-feiras pela manhã nas plataformas de podcast e, à tarde, no YouTube. O Canal UOL está disponível na Claro (canal nº 549), Vivo TV (canal nº 613), Sky (canal nº 88), Oi TV (canal nº 140), TVRO Embratel (canal nº 546), Zapping (canal nº 64), Samsung TV Plus (canal nº 2074) e no UOL Play.

Escute a íntegra nos principais players de podcast, como o Spotify e o Apple Podcasts já na sexta-feira pela manhã. À tarde, a íntegra do programa também estará disponível no formato videocast no YouTube. O conteúdo dará origem também a uma newsletter, enviada aos sábados.

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