Defesa diz que Bolsonaro aceitou derrota e não assinou decreto de golpe
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A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou, em resposta à acusação apresentada ao STF (Supremo Tribunal Federal), que ele aceitou a derrota nas eleições de 2022 e não quis assinar nenhum decreto golpista.
A defesa cita que Bolsonaro fez uma transmissão aos seus seguidores em 30 de dezembro admitindo a derrota e que ele determinou aos comandantes das Forças Armadas realizar a transição para a nova gestão.
"No fim do dia e da História, o peticionário [Bolsonaro] é aquele que não assinou nenhum decreto e não ordenou qualquer ação violenta para restringir ou impedir o exercício de um poder, bem como não tentou depor o governo constituído depois dele", escreveram os advogados.
A defesa também rejeitou a existência de vínculo entre Bolsonaro e os atos violentos do 8 de janeiro, que resultaram na destruição das sedes dos Três Poderes.
"Os eventos do 8 de janeiro são produto da vontade própria de pessoa que devem responder por seus atos", escreveu a defesa.
No documento, a defesa diz que não existem "dados concretos" que possam conectar Bolsonaro à acusação de ter articulado um golpe de Estado e afirma que a denúncia "não pode ser uma peça de ficção".
Uso do ministro da defesa de Lula
A defesa de Bolsonaro usou ainda uma recente entrevista ao programa Roda Viva no qual o ministro da Defesa de Lula, José Múcio Monteiro, diz que procurou o então presidente para que ele o ajudasse a conversar com os comandantes das Forças Armadas.
"Segundo o Ministro da Defesa, o peticionário imediatamente telefonou aos 3 comandantes das Forças Armadas, e contribuiu para uma transição tranquila. O Ministro registra que foi recebido pelos comandantes, e que inclusive abriu-se espaço para que o Comando do Exército, principal força militar brasileira, fosse transmitido antes da posse do Presidente Lula".