Carlos Bolsonaro enviou US$ 10 mil aos EUA após derrota do pai na eleição
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O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), um dos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro, admitiu à Polícia Federal que enviou US$ 10 mil para uma conta bancária nos Estados Unidos depois que seu pai foi derrotado na eleição presidencial de 2022.
Ele foi chamado para prestar depoimento em abril sobre a investigação da "Abin paralela". O UOL teve acesso ao depoimento, que está sob sigilo. A Polícia Federal fez questionamentos sobre a remessa depois de ter encontrado documentos indicando a realização dessas transações. Jair Bolsonaro foi para os Estados Unidos no final de seu governo e não ficou no Brasil para a cerimônia de transmissão da faixa ao novo presidente eleito, em 1º de janeiro de 2023.
Carlos disse que decidiu enviar dinheiro ao exterior porque tinha receio de uma piora na economia brasileira com a volta de Lula à Presidência.
"Ao final das eleições de 2022, o interrogado previu uma derrocada da economia no país e, assim, resolveu dolarizar parte de suas economias e remeteu, inicialmente, a quantia de US$ 10 mil ao Banco do Brasil Bank [BB Americas Bank] situado nos Estados Unidos", diz o relatório do depoimento, obtido pelo UOL.
Ele contou que, em 2023, o banco rompeu o vínculo e decidiu fechar a conta bancária dele. Isso ocorreu, na época, por motivos de compliance diante das investigações em curso contra Jair Bolsonaro.
Segundo Carlos, ele passou a investir o dinheiro em outros bancos nos Estados Unidos, e os rendimentos estão declarados em seu Imposto de Renda. "Continua, até os dias de hoje, com essa prática, tendo amealhado, até o momento, aproximadamente US$ 30 mil, devidamente declarados", afirma o relatório do depoimento.
O vereador também negou à PF ter recebido relatórios da Abin ou informações sigilosas. Ele confirmou que geria as redes sociais de seu pai, em conjunto com o próprio Jair Bolsonaro, mas negou a prática de irregularidades e afirmou que atuava "aconselhando" a gestão.
Ao concluir o inquérito sobre irregularidades na Abin (Agência Brasileira de Inteligência), a PF não identificou irregularidades envolvendo a remessa dos valores de Carlos Bolsonaro ao exterior, mas apontou indícios de que ele era o destinatário de dossiês e informações produzidas pela agência sob a gestão de Alexandre Ramagem. A PF o indiciou por organização criminosa.
Carlos Bolsonaro ironizou o indiciamento e o atribuiu a uma perseguição política da Polícia Federal. "Alguém tinha alguma dúvida que a PF do Lula faria isso comigo?", afirmou.
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