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Recado para 3ª via: nem todos que votam em Bolsonaro gostam de seu governo
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A pesquisa Ipespe divulgada nesta quarta-feira, 6, é mais uma a indicar que Jair Bolsonaro (PL) está em viés de alta, como costumam dizer os políticos, entre o eleitorado, ainda que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se mantenha isolado na liderança. Ou seja, a polarização entre ambos parece se fortalecer a cada dia. Mas o levantamento também traz um alento para a chamada terceira via: nem todos que afirmam ter intenção de votar no atual presidente percebem o governo dele como o melhor desde a redemocratização.
Quando questionados sobre qual foi o "melhor presidente da Nova República", 46% dizem que foi Lula (2003-2010); 22% afirmam ser Bolsonaro; 15% citam Fernando Henrique Cardoso (1995-2003); 4% apontam Itamar Franco (1992-1994), 3% escolhem Michel Temer (2016-2018); 2% dizem ter sido José Sarney (1985- 1990); apenas 1% se lembram de Dilma Rousseff (2011-2016). Fernando Collor de Mello (1990-1992), atual apoiador de Bolsonaro, não pontuou.
A soma dos eleitores que não apontaram nem Lula nem Bolsonaro como os melhores presidentes chega a 24%, portanto, acima do percentual alcançado pelo atual ocupante do Planalto. A liderança folgada do pré-candidato petista nesse cenário também indica que não será tarefa fácil para seus adversários "desconstruir", como gostam de dizer os marqueteiros, o legado dele na Presidência.
E quando a pergunta é "qual foi o pior presidente?" As coisas nesse cenário se complicam para Lula e Bolsonaro: o atual presidente está no topo com 40%; seguido por Dilma (PT), aliada de Lula, com 21%, do próprio Lula, com 14%, e de Collor, com 11%. Os demais, somados, chegam a 9%. Esse cenário da pesquisa Ipespe comprova que há grande rejeição aos dois principais polos do espectro eleitoral deste ano, dominados pelo "petismo" e pelo "bolsonarismo". É justamente nessa faixa do eleitorado, a famosa "terceira via", que especialistas em pesquisas e políticos de centro entendem existir espaço para uma candidatura prosperar.
No cenário da intenção de voto estimulada para presidente, no entanto, os nomes da terceira via continuam patinando: João Doria (PSDB) tem 3%, Simone Tebet (MDT), 2%, e André Janones (Avante), 1%. O melhor colocado fora da polarização é Ciro Gomes (PDT), com 9%.
De resto, a pesquisa Ipespe está recheada de bons sinais para Bolsonaro: a) os que entrevistados que consideram o governo dele ótimo ou bom cresceu três pontos percentuais e chegou a 29% b) ele atingiu seu melhor índice da série histórica no voto espontâneo, com 27%; c) subiu sete pontos percentuais entre quem ganha até dois salários mínimos e chegou a 52%; d) saiu da situação de empate para abrir cinco pontos de vantagem no Sul, onde está com 39%; e) abriu sete percentuais entre os evangélicos, 40% a 33%.
Financiada pela XP Investimentos, a pesquisa Ipespe está registrada conforme os parâmetros da lei e ouviu mil eleitores em todo o país entre os dias 2 e 5 deste mês. A margem de erro é de 3,2 pontos percentuais.
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