Vitória de Milei: Câmara argentina aprova suspensão das eleições primárias
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Após encolher seu projeto inicial de reforma eleitoral, o governo do presidente Javier Milei conseguiu uma vitória importante na Câmara de Deputados: foi aprovada hoje (6) a suspensão das eleições primárias no país. A pauta agora segue para o Senado.
Os 60 artigos do texto original caíram para cinco, e a mudança deu resultado. Milei precisava de 128 votos para aprovação. Levou 162. Outros 55 deputados votaram contra e 28 se abstiveram.
Após uma sessão marcada por muita interlocução interna, negociação e tumulto, o presidente comemorou nas redes sociais. Ele republicou postagens com as mensagens "A população é quem ganha" e "Primárias: fora".
Milei tenta aprovar reforma eleitoral desde o ano passado
Aprovar a suspensão das primárias é o primeiro passo da reforma eleitoral desejada por Milei desde que assumiu a presidência, há um ano.
A primeira tentativa de emplacar o texto foi colocá-lo como parte do megaprojeto da Lei de Base, proposto nos primeiros meses de 2024 e apelidado de Lei Ônibus. No entanto, o presidente precisou abrir mão da reforma eleitoral para conseguir aprovar seu pacote de reformas econômicas liberais. Desidratado, o projeto avançou.
Na nova tentativa de aprovação da reforma eleitoral, ajustes também foram necessários. O projeto inicial previa alterações no financiamento público de campanhas políticas e no número de partidos políticos. Também propunha a extinção das primárias. Mas o texto ficou mais enxuto depois que a Casa Rosada previu que dificuldades na aprovação. A proposta se concentrou nas primárias —e não mais em seu fim, mas na suspensão.
Presidente alega que primárias são caras
Chamadas de Paso (Primária, Aberta, Simultâneas e Obrigatórias), as primárias estão previstas para agosto, dois meses antes das eleições gerais, em outubro. Em 2025, a Argentina terá eleições legislativas que vão renovar metade da bancada na Câmara (127) e um terço do Senado (24).
Os resultados das primárias indicam os candidatos que concorrerão nas eleições gerais nacionais, funcionando como uma espécie de censo eleitoral.
O governo argentino justifica que as Paso geram gastos desnecessários ao Estado e que os argentinos são obrigados a votar mais de uma vez no mesmo ano. Segundo a Casa Rosada, as primárias custaram para o país em 2023 cerca de 45 milhões de pesos (cerca de R$ 270 mil). Analistas políticos discordam e afirmam que o fim das Paso beneficiaria o próprio partido de Milei, o Liberdade Avanca, e outras forcas políticas, como o peronismo.
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