Peregrinação pela saúde do papa reúne centenas de fiéis em Buenos Aires
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Centenas de argentinos fizeram uma peregrinação em Buenos Aires na noite desta sexta-feira pela saúde do papa Francisco, que nasceu e viveu na capital portenha até se tornar líder da Igreja Católica, em 2013.
A vigília se concentrou no Obelisco, cartão postal da cidade, e seguiu em peregrinação até a praça de maio, em frente a sede do governo argentino e da Catedral Metropolitana, num trajeto de aproximadamente um quilômetro e meio.
Os fiéis carregavam tochas e velas, além de fotos e cartazes com a imagem do pontífice. Um forte efetivo policial acompanhou de perto o deslocamento dos religiosos, evitando que os mesmos trafegassem pelas ruas, cumprindo o protocolo anti protesto de rua, instituído no governo Milei. A reportagem não registrou conflito.
De acordo com os policiais que faziam a segurança da vigília, o número de policiais era para "evitar acidente". "Não é uma manifestação politica, mas religiosa", disse o policial à reportagem.
A vigília, cujo lema foi "Amor com amor se paga", foi convocada por movimentos sociais que atuam com a igreja católica nas comunidades mais vulneráveis de Buenos Aires, como Trabalhadores Excluídos e o movimento popular "A dignidade".
O clima era de celebração e, ao mesmo tempo. de reivindicação sobre o legado do papa. Desde que Francisco foi internado, sua imagem tem sido alvo de disputa politica.

A cerimônia também foi um posicionamento político dos organizadores e movimentos sociais presentes, já que, tanto durante a peregrinação, como a concentração final dos fiéis, foram acompanhados por discursos de Francisco, transmitidos por um alto falante, que remetia a época que o religioso era arcebispo de Buenos Aires e conhecido como Jorge Bergoglio, seu nome de batismo.
Nesses discursos, reproduzidos pelos organizadores, o pontífice ressaltou seu apoio aos mais pobres e aos excluídos e criticou aqueles que idolatram o capital.
Muitos dos fiéis que acompanharam a cerimônia vieram de bairros periféricos da capital ou mesmo de cidades da região metropolitana de Buenos Aires. A vigília durou cerca de uma hora e meia e foi acompanhada por crianças, adultos e pessoas idosas.
Depois de acender velas pela saúde do papa, na praça de maio, os fiéis finalizaram a peregrinação nas escadarias da Catedral Metropolitana. A calçada da igreja recebeu um desenho em giz de Francisco e as cores da bandeira da Argentina, com as palavras "amor com amor se paga", o lema da vigília. Depois do ritual, os fiéis aplaudiram e gritaram "viva o papa" e "estamos com você, papa".

"É o papa dos pobres. Ele é o Papa do povo. Está junto aos mais humildes e excluídos. É também um papa de todas as classes sociais. Um dos mais queridos do mundo", disse Teresa Rulan, enquanto carregava uma vela envolvida num copo de plástico, com os dizeres "amor com amor se paga".
Desde a internação de Francisco, têm aumentado gradativamente as mobilizações religiosas na capital portenha.