Na Argentina, despedida do papa reúne cristãos, judeus, muçulmanos e ateus
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Uma celebração com líderes de diversas religiões lotou a catedral metropolitana de Buenos Aires, hoje. Religiosos, ateus e agnósticos se encontraram para reverenciar os valores defendidos pelo papa argentino: união, paz e diálogo.
O ato, repleto de simbolismo, pela diversidade e liberdade religiosa que Francisco defendeu, contou com judeus e muçulmanos lado a lado, além de líderes de outras correntes religiosas.
O rabino Daniel Goldman destacou que Francisco "nunca se esqueceu dos imigrantes" em suas orações, ressaltando a importância de exercermos a compreensão e amor em um mundo tão dividido.
Em seguida, o púlpito foi ocupado pelos líderes islâmicos Sheij Salim Delgado Dassum e Omar Abboud, que destacaram que Francisco foi "porta-voz da paz em um mundo de guerras".
Também falaram Kissag Mouradin, da igreja Armênia, a pastora metodista Maria Pons e o pastor pentecostal Norberto Saracco.

A união de líderes de diversas religiões em busca da paz e do diálogo foi destacado pelo arcebispo de Buenos Aires, Jorge Cuerva, responsável pelo evento. Segundo ele, era isso que Francisco desejava: "Que possamos levar o legado de paz, união e diálogo de Francisco", afirmou.
Além de líderes religiosos, membros do governo Milei também marcaram presença. O chefe de gabinete do presidente argentino, Guillermo Francos, acompanhou a cerimônia e disse a jornalistas após o evento que "celebrou com o espírito de Francisco". "Acredito que esse diálogo inter-religioso mostra como era sua personalidade", opinou.
Além de Francos, participaram do ato o chanceler Gerardo Werthein e o secretário de Culto e Civilização , Nahuel Sotelo.
O presidente argentino, no entanto, não compareceu à cerimônia. Milei deve viajar para Roma na quinta-feira para participar do funeral do papa.
Francisco dialogou com ateus

Paula ficou sentada nas últimas cadeiras da igreja. Atenta ao que os líderes diziam, disse ser agnóstica, mas que estava ali pela importância do papa. "Não sou religiosa. Nada, nada. Sou agnóstica. Mas o que o papa pregava é o que eu acredito: sem discriminar a ninguém e lutando por causas que merecem que lutemos", afirmou ela.
A celebração contou com muitos turistas, que aproveitaram a viagem a Buenos Aires para conhecer a igreja onde Jorge Bergoglio foi arcebispo antes de ser tornar papa, em 2013.
Do lado de dentro da catedral, alguns cartazes com o rosto do papa, além de vídeos, que eram transmitidos na entrada da igreja.
Do lado de fora, as homenagens não param de chegar: oferendas, velas, fotos e arte urbana disputam espaço para dar adeus ao primeiro papa argentino da história.
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