Andreza Matais

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Reportagem

Caiado diz que falar de golpe é 'factoide' e que 'ninguém aguenta mais'

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), disse que o país não pode viver de "factoides" tendo problemas reais e urgentes para resolver, ao se referir ao inquérito da Polícia Federal que indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 36 pessoas por tentativa de golpe de Estado no Brasil.

Para Caiado, o caso já está na Justiça, que agora é a responsável por tratar do assunto. A política, segundo ele, precisa focar nos problemas reais do país.

"O assunto está sob a jurisdição do Supremo Tribunal Federal, certo? Então vamos aguardar o resultado agora. Se ficar comprovado, vai ser condenado. Mas ficar no achismo, acho que isso não acrescenta em nada. Nós já estamos nessa pauta há dois anos. E vamos continuar mais quatro anos? Ninguém aguenta mais isso. A sociedade está querendo, hoje, em 2026, alguém que resolva os problemas do Brasil", disse.

É o primeiro comentário público do governador sobre o tema. Caiado apoiou o governo Bolsonaro e se declara de direita e antipetista, assim como o ex-presidente.

"O Brasil não faz nada, não tem plano de nada. Está à deriva, sem saber por onde vai, o que fazer. Eu acho que se criam factoides para desviar a atenção do principal, do corte de gastos, da reforma administrativa e outras coisas, e foca-se num assunto como esse, pô. Não está lá? A polícia já não levantou? Não vai ser julgado? Então pronto."

Para complementar: "Eu não perco tempo com algo que não é pauta minha para ser discutida. Agora, esse assunto aí vai ficar sendo remoído. Tem mais um mandato inteiro sem fazer nada no Brasil. Então, acho que a gente precisa sair dessa pauta", complementou.

Perguntado pela coluna sobre se o indiciamento afeta a direita, o governador reagiu:

"Está cansativo esse negócio de extrema para cá, extrema direita para lá. Ninguém está aguentando isso mais. Já cansou."

Disputa eleitoral

O governador é um dos nomes da direita para as eleições presidenciais de 2026. Como revelou a coluna, há um movimento no União Brasil para que ele não receba a legenda para disputar. O grupo, exposto em entrevista pelo líder da bancada na Câmara, Elmar Nascimento (BA), defende que o partido apoie a reeleição do presidente Lula (PT).

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Caiado diz que é impossível o União se aliar ao PT, mesmo o partido tendo três ministérios - Turismo, Integração Nacional e Comunicações - e vários cargos no governo, como a Codevasf. Elmar responde que impossível é ele sair candidato e diz que o governo faz papel de "trouxa" quando insiste na tese.

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