Ao apontar o líder, PGR enterra argumento para anistiar golpistas

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A denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) faz uma risca no chão. Houve um atentado claro ao Estado democrático de direito que não pode mais ser normalizado com anistia. Basta! A partir de agora não tem mais perdão.
Quando Bolsonaro assumiu o governo, em 1º de janeiro de 2019, havia preocupação de parte dos militares de que voltariam a responder por 21 anos de ditadura quando as pesquisas mostravam que tinham recuperado a confiança da população. Um benefício oferecido por um país que não cultiva a memória.
Espalharam a versão de que iriam tutelar Bolsonaro. O ex-capitão, que deixou o Exército por indisciplina, deixou correr. Hoje sabemos quem enganou quem.
A denúncia da PGR mostra claramente que os militares gostaram de voltar ao poder. Parte do Exército e toda Marinha embarcaram no plano golpista para ficar mais (21 anos?) no poder. Quem sabe revezar com Bolsonaro a presidência.
É assustador que o comando do Coter (Comando de Operações Terrestres) consentiu em apoiar o plano.
O Coter é aquele órgão que os civis só sabem que existe quando dá m...Tem por missão orientar e coordenar o preparo e o emprego da Força Terrestre. A ele estão subordinados todos os Comandos Militares, entre eles, o 1º Batalhão de Forças Especiais, a elite do Exército.
"O seu apoio ao plano de ruptura institucional significava, àquela altura, a possibilidade de consumação do golpe de Estado, especialmente na execução de ações sensíveis, como a da prisão do Ministro Alexandre de Moraes", anotou a PGR.
A iniciativa do Congresso para anistiar um dos tripés do plano golpista ganha hoje uma pá de cal.
Até ontem, seria aprovada sem dificuldades. O argumento externado pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), de que 8 de Janeiro não foi tentativa de golpe porque não havia um líder agora se desfez.
"Dizer que foi golpe? Golpe tem que ter líder", disse Motta.
Os defensores da tese, muitos no Congresso, farão agora cara de paisagem.
O Congresso pode até mudar de assunto, mas muita gente ainda terá que dar explicações.
Colega de partido de Motta, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, uma cria de Bolsonaro e frequentador assíduo do Alvorada, por exemplo, estava onde quando tudo foi tramado?"
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