Andreza Matais

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Reportagem

Conselheiro informa à Petrobras ter cargo na Caixa após UOL revelar omissão

O conselheiro independente da Petrobras, Francisco Petros, informou hoje à empresa sua nomeação para o Conselho de Administração da Caixa. Ele está no cargo desde fevereiro e só agora, após a coluna revelar ontem a omissão, comunicou oficialmente à companhia.

O Regimento Interno do Conselho de Administração da Petrobras determina que compete a cada conselheiro "entregar à Companhia lista dos cargos que ocupem no conselho de administração, conselho fiscal, comitês e/ou órgãos executivos de outras sociedades ou entidades, para que essa informação seja enviada à B3".

Petros foi indicado há dois meses pelo Ministério da Fazenda para o Conselho de Administração da Caixa. Ele também preside o Comitê de Riscos e atua no Comitê de Pessoas do banco.

O acúmulo de cargos gerou uma situação inusitada. Na Petrobras, o advogado precisa atuar com independência em relação aos interesses do governo (já que representa os acionistas minoritários), enquanto na Caixa ele defende os interesses do governo (que detém 100% do banco).

Ontem, ele disse à coluna que não tinha obrigação de informar à Petrobras sobre a contratação na Caixa:

"Não há qualquer obrigação de informar à PBR sobre minhas atividades fora daquela empresa, na inexistência de uma motivação que justifique a prestação de informação."

Hoje, mudou de ideia:

"Confirmo que informei à área de governança da PBR (Petrobras) minha posição na Caixa, que isso não fere minha independência pessoal, em vista das normas que versam sobre o assunto, e que há exemplos de indicados pelo governo no CA (Conselho de Administração) que são independentes, notadamente os Srs. Gallupo, (José Fernando) Coura e Rafael Dubeux", disse.

Dubeux acumula a vaga na Petrobras com a de secretário-executivo adjunto da Fazenda. Ele não ligou de volta para coluna.

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Já Gallupo possui um escritório de advocacia e não tem vínculo com nenhuma entidade da administração pública federal. "Sou advogado, profissional liberal, exerço minha profissão exclusivamente em meu escritório de advocacia em Belo Horizonte e não tenho qualquer vínculo com a administração pública", afirmou.

Coura não foi localizado. Ele é empresário dos setores de mineração e siderurgia.

Procurada, a Petrobras segue sem comentar o assunto.

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