Nomear número dois é o mesmo que manter Lupi no Ministério da Previdência
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No último dia 16 de março, o novo ministro da Previdência, Wolney Queiroz (PDT-PE), postou no Instagram uma homenagem ao seu então chefe na pasta, Carlos Lupi.
Era aniversário de Lupi. Com uma foto dos dois lado a lado, Queiroz demonstrou sua fidelidade ao "amigo de quase 35 anos".
"Como filiado ao PDT, tenho a honra de seguir sob a sua liderança, sem nunca ter dado um voto contrário às suas determinações", afirmou, concluindo que Lupi o "inspira a seguir adiante".

Lupi também mereceu destaque no álbum de fotografias do seu substituto na Previdência. Queiroz escolheu uma imagem dos dois abraçados para abrir a galeria de convidados de honra para a sua festa de aniversário.
A escolha de Queiroz para a pasta da Previdência é o mesmo que manter Lupi no cargo. Pessoas próximas ao novo ministro tentam espalhar, desde ontem, a narrativa de que eles não eram tão ligados assim. Se é "coisa de internet", como uma vez definiu Jair Bolsonaro para justificar uma de suas questionáveis ações, o novo ministro precisará dizer.
Você pode até chegar ao posto de número dois de um ministério por imposição do presidente da República, mas não foi o caso. Lula optou por entregar as pastas no modelo "porteira fechada" — o que significa que cabe ao ministro nomear sua equipe de ponta a ponta. Uma das principais críticas ao governo é que os ministérios atuam sem uma coordenação geral. No modo "cada um por si".
Queiroz já estava no cargo quando a pasta se mostrou leniente com o esquema ao ignorar as denúncias sobre a explosão de descontos não autorizados pelos aposentados. Na vaga, terá que explicar todos os dias a razão de também ter silenciado. Como irá agir com as investigações se aproximando do seu líder? Vai usar a estrutura da pasta para defendê-lo? Como terá acesso a todos os passos das investigações e informações da auditoria no INSS diante disso?
O que manterá o governo no foco.
Como mostrou a coluna, as investigações se aproximam de Lupi — principal motivo da saída do cargo. E ainda há muitas informações a serem analisadas nos documentos encontrados nas casas dos alvos da primeira fase.
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