Andreza Matais

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Reportagem

Oposição já tem assinaturas para CPMI dos aposentados e mira irmão de Lula

A oposição conseguiu reunir as assinaturas necessárias para instalar a CPMI dos Aposentados. Como se trata de uma Comissão Parlamentar de Inquérito Mista, que reúne deputados e senadores, esse caminho dificulta a estratégia do governo para barrar a investigação.

A única forma de barrar a instalação é o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), não ler o requerimento em sessão do Congresso. Para isso, contudo, terá que enfrentar a pressão do Centrão de um lado e do governo de outro. Alcolumbre tem recebido de Lula tratamento VIP, com indicações para cargos públicos — o último foi o Ministério das Comunicações.

Foram coletadas 171 assinaturas na Câmara e 30 no Senado — três a mais do que o necessário. O governo tenta inviabilizar a CPMI para evitar desgaste ao presidente Lula.

O irmão do presidente, José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, é vice-presidente de um dos sindicatos que, segundo a PF, está envolvido no desvio de recursos de aposentados do INSS.

O faturamento do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi) aumentou em R$ 100 milhões num período de três anos. A oposição quer focar nesse caso específico numa tentativa de envolver diretamente o Planalto.

Frei Chico não está entre os alvos. Ele já disse esperar que os policiais investiguem "toda a sacanagem que tem" no Instituto Nacional de Segurança Social (INSS).

"Somente o Parlamento tem isenção suficiente para investigar toda essa trama criminosa que prejudicou milhares de aposentados no país. Temos um bom clima para a instalação da CPMI; há um esforço multipartidário para dar as respostas que o povo precisa neste momento. O governo erra ao manter a equipe do Lupi no ministério, e quanto a isso vamos também tomar providências", disse a senadora Damares Alves (Republicanos-DF), uma das autoras do pedido de CPMI.

Com a queda de Lupi, o governo nomeou o número dois dele, o ex-deputado Wolney Queiroz, para comandar a pasta.

A senadora ingressou na madrugada deste sábado (3), com uma ação popular, na Justiça Federal de Brasília, para impedir a posse do novo ministro.

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Segundo a ação, atas comprovam a presença do novo ministro, que era secretário-executivo da Pasta, na reunião do Conselho Nacional da Previdência Social CNPS), de junho de 2023, na qual a conselheira Tônia Galletti alertou sobre os descontos indevidos na folha dos aposentados do INSS.

O documento também acusa o presidente Lula de cometer ato administrativo nulo ao indicar para o cargo um nome "diretamente implicado na omissão diante das fraudes bilionárias no INSS".

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