Lula tira Alcolumbre do Brasil e adia decisão sobre CPMI dos aposentados
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O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), viaja nesta semana com o presidente Lula para a Rússia e a China. A agenda, que manterá o senador fora do Brasil de 6 a 14 de maio, ocorre justamente no momento em que cabe a ele a instalação da CPMI dos Aposentados —algo que o governo quer evitar a todo custo.
No fim de semana, a oposição informou ter reunido as assinaturas necessárias para viabilizar a CPMI. Como antecipado pela coluna, o objetivo oculto é focar no irmão do presidente, que é dirigente de uma das entidades envolvidas no esquema de desvio de recursos de aposentados do INSS. A expectativa é encontrar algum indício de que Lula tenha conversado com o irmão sobre o sindicato, recebido dirigentes, um "amigo do amigo"...
O governo não tem base de apoio sólida, e a única chance de evitar a CPMI é convencer Alcolumbre a não ler o requerimento em sessão do Congresso. O senador tem recebido tratamento VIP do governo, com indicações para cargos e viagens frequentes com Lula ao exterior.
Foi Alcolumbre quem indicou o novo ministro das Comunicações, Frederico de Siqueira Filho. Outra demanda do senador é emplacar um nome ligado a ele no Ministério de Minas e Energia, no lugar de Alexandre Silveira.
Os dois travam uma queda de braço pela indicação de uma vaga na Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). Com a faca e o queijo na mão, é dado como certo que Alcolumbre conseguirá a indicação.
Já a troca do ministro é considerada incerta. Filiado ao PSD, Silveira se aproximou do presidente Lula e da primeira-dama, Janja da Silva, que já esteve no ministério para despachar diretamente com ele. Silveira também estará presente nas duas agendas internacionais.
Como se trata de uma CPMI —que reúne deputados e senadores—, basta a leitura do pedido de instalação por Alcolumbre para que a comissão seja imediatamente viabilizada. É por essa razão que a oposição abandonou a ideia de uma CPI só na Câmara, o que colocaria o pedido numa fila.
A viagem com Lula para a Rússia adia qualquer movimento nesse sentido em uma semana, o que ajuda a esfriar o assunto. A convite de Vladimir Putin, o petista irá ao país para os "80 anos da vitória Aliada na 2ª Guerra Mundial e análise da guerra na Ucrânia".
Na sequência, segundo a Agência Brasil, Lula seguirá para a China, onde cumprirá agendas nos dias 12 e 13 de maio. A visita ao país asiático ocorrerá no contexto da Cúpula entre a China e os países da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos). O retorno ao Brasil está previsto para o dia 14. Enquanto isso, toda a agenda do Congresso fica paralisada.
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