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Pandemia chega ao Planalto e Bolsonaro deverá desconvocar manifestações

Colunista do UOL

12/03/2020 19h22

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Parece que agora finalmente caiu a ficha. Não era uma "fantasia".

Depois que a pandemia de coronavírus chegou ao Palácio do Planalto, fazendo do chefe da Secom, Fábio Wejngarten, a primeira vítima, e como o próprio presidente está com suspeita de ter contraído a doença, Jair Bolsonaro resolveu ir à televisão esta noite para desconvocar os atos em defesa do seu governo mobilizados para este domingo.

O resultado do exame do presidente deverá ser divulgado nesta sexta-feira.

Segundo a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), o pronunciamento do presidente irá ao ar às 20h30 em rede nacional de rádio e TV e deverá ter a duração de quatro minutos.

O tema do discurso não foi divulgado, mas a deputada Bia Kicis (PSL_DF) disse que o presidente foi convencido, depois de manter muitas conversas no Palácio da Alvorada, a desistir das manifestações convocadas por movimentos de direita pró-governo, e por ele pessoalmente em duas ocasiões.

O avanço do casos de coronavírus no Brasil e no mundo, já havia feito Bolsonaro cancelar a viagem que faria a Mossoró, no Rio Grande do Norte, nesta quinta-feira, e a entrevista de domingo anunciada pela CNN Brasil no dia da inauguração da emissora, também no domingo.

Sem saber da decisão do presidente, deputados governistas e empresários aliados continuavam fzendo a divulgação em massa das manifestações com críticas ao Congresso e ao STF, algumas pedindo intervenção militar.

Após o discurso de Bolsonaro, no fim de semana, em Roraima, o Sistema Analítico Bites, que monitora as redes sociais, identificou 981 mil tweets até as 15hs30 de hoje chamando a população para as manifestações. .

Só 1% do total de citações no Twitter falava em cancelar ou suspender as manifestações.

Quem não se conformava com a desmobilização dos atos pró-Bolsonaro era a deputada Carla Zambelli (PSL-SP), que nos últimos dois dias, quando a pandemia já estava declarada pela OMS, publicou 12 posts nos seus perfis oficiais convocando os aliados.

Numa das mensagens a deputada escreveu: "Neste 15 de março, vamos às ruas em defesa do Governo Bolsonaro!!! Eu estarei na avenida Paulista às 13h".

Foto de Bolsonaro e Wejngartem com Donald Trump, durante o jantar de domingo no resort do presidente americano, logo foi reproduzida na mídia americana, onde a notícia ganhou destaque, depois do teste positivo do chefe da Secom.

Preocupados também ficaram os 38 CEOs da indústria paulista que participaram de um almoço de apoio ao presidente na Fiesp, na quinta-feira passada, em que o chefe da Secom também estava presente.

Espera-se agora que os movimentos de esquerda também tenham o bom senso de cancelar seus protestos marcados para os dias 14 e 18.

Vida que segue.