Bolsonaristas desafiam Bolsonaro: #desculpajairmaseuvou
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Deve ter sido a primeira vez que um presidente da República ocupou uma rede nacional de rádio e TV para se dirigir apenas aos seus seguidores.
Foi o que aconteceu na noite de quinta-feira, mas nem todos os devotos do bolsonarismo vão obedecer à sua "recomendação" para adiar, em razão do avanço da pandemia de coronavírus, os atos pró-governo programados desde o início do ano para este domingo.
Apesar do pronunciamento de Bolsonaro contra as manifestações, mantiveram-se nos Trending Topics do Twitter as hashtags #dia15vaisergigante e #desculpajairmaseuvou.
Os organizadores dos "atos espontâneos" estão divididos sobre obedecer ou não à palavra de comando do presidente para desmobilizar a tropa.
Alguns grupos mais ativos ainda insistem em promover manifestações, embora menores, com o objetivo de fazer um grande tsunami na internet, com palavras de ordem contra o Congresso, o STF e a corrupção.
Um dos motivos que pode ter levado o presidente a recuar na convocação de manifestações, alegando a defesa da saúde pública diante da ameaça do coronavírus, pode ter sido justamente o esvaziamento da mobilização nas redes sociais.
Durante a semana, até as 9h15 desta sexta-feira, os atos pró-Bolsonaro foram mencionados em 1,61 milhão de tweets, 18,4 mil matérias e 10,3 mil posts no Facebook, segundo a Bites, empresa de monitoramento das redes sociais.
Quando convocou seus seguidores para os "movimentos espontâneos e legítimos" em discurso no último dia 7, houve 991.132 menções nas redes sociais. Após a live e o pronunciamento na TV em que o presidente anunciou seu recuo, esse número caiu para 436.387 posts.
Sem a participação dos principais movimentos de direita que já se manifestaram contra o ato do dia 15, só os seguidores mais radicais e fiéis do bolsonarismo deverão ir às ruas, apesar da determinação do Ministério da Saúde que recomendou o cancelamento de eventos com grandes aglomerações, inclusive jogos de futebol.
Bom fim de semana.
Vida que segue.
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